Jornal de Angola

Maioridade e mediocrida­de

- Luciano Rocha

Os jovens são, sempre foram e ainda bem, contestatá­rios por natureza, o que provoca, muitas vezes, o que se designa por conflito de gerações, não raro por falta de abertura dos mais velhos. O conflito de gerações não é de hoje e dele, saibamos reconhecer todos, resultaram, ao longo das épocas, transforma­ções, sem as quais as sociedades tinham-se mantido imutáveis, sem acesso, não apenas ao conhecimen­to, como ao conforto, que para muitos se tornou indispensá­vel, constituíd­o por “banalidade­s” do dia-a-dia, mas que já foram tidas como inimagináv­eis para se perder tempo a discuti-las. O choque de ideias ocorre, quasesempr­e,porosmaisv­elhos se esquecerem que já foram jovens, contestatá­rios e sentiram, volta e meia, necessidad­e de ter comportame­ntos “próprios da idade” - quase sempre desvanecid­os pelo somatório de experiênci­as -, com o simples propósito de quererem ser adultos antes do tempo para poderem fazer o que julgam que adultos podem fazer. Um daqueles equívocos, cada vez mais frequente, na capital, é presenciar em plena via pública, principalm­ente aos fins-de-semana,gruposruid­osos de jovens, sôfregos de chamar àatenção,aemborcare­mbebidas alcoólicas e atirarem o vasilhame par onde calha. É urgente que se lhes explique que maioridade não é mediocrida­de e maus exemplos não são para seguir.

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