Nações Unidas prolongam o embargo de armas
O Conselho de Segurança das Nações Unidas prolongou, recentemente, o tempo de embargo de armas à Somália, aplicando, também, uma suspensão ao comércio de carvão e de ingredientes utilizados por grupos extremistas na confecção de mecanismos explosivos, anunciou a Lusa.
Numa votação, 12 dos 15 Estados votaram a favor da proposta britânica, sendo que Rússia, China e Guiné Equatorial abstiveram-se por preocupações com o conteúdo.
A resolução condena os ataques do grupo extremista al-Shabab, tendo expressado “grande preocupação” com a “séria ameaça” que o grupo, com ligações à al-Qaeda, continua a ter para a Somália e para a região, em particular “através do aumento do uso de mecanismos explosivos artesanais”.
O texto condena ainda o fluxo de armas para e através da Somália e demonstra “grande preocupação com os relatos de uma exploração da Somália pelo alShabab e por redes de crime organizado internacionais”.
Os especialistas das Nações Unidas ouvidos pelo Conselho de Segurança consideraram que o al-Shabab continua “uma ameaça potente”.
Após três décadas de guerra civil, ataques extremistas e fome, a Somália estabeleceu um Governo transitório funcional em 2012 e tem estado a trabalhar para restituir a estabilidade, mas o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirma que o país tem de se focar no extremismo violento, terrorismo, conflito armado, instabilidade política e corrupção.
O al-Shabab, que se opõe ao Governo federal da Somália, pretende a imposição da lei islâmica 'sharia', tendo feito vários ataques armados no país e na região, incluindo no vizinho Quénia.
Em 14 de Outubro de 2017, o grupo explodiu um camião na capital somali e provocou a morte a mais de 500 pessoas.
O grupo extremista reclamou ainda ter planeado um ataque a um complexo de luxo na capital do Quénia, Nairobi, que matou 21 pessoas em Janeiro de 2019. Em Março deste ano, pelo menos 32 pessoas morreram durante um ataque com um camião-bomba na capital somali, Mogadíscio.