Oposição exige inquérito ao financiamento das férias de Natal de Boris
O Partido Trabalhista apresentou, ontem, no Parlamento britânico, um pedido formal de inquérito às férias do Primeiro-Ministro, Boris Johnson, e a namorada, durante as férias de Natal devido às dúvidas sobre quem pagou.
O deputado Jon Trickett alega haver dúvidas sobre quem pagou, se o PrimeiroMinistro conhece a origem do donativo e se é verdade que foi o empresário David Ross, porque o próprio negou.
“Este caso é relevante não apenas por causa do elevado cargo público de Johnson como Primeiro-Ministro, mas porque em Abril de 2019 ele teve que se desculpar junto do Comissário Parlamentar de Normas e da Comissão de Normas por não declarar despesas correctamente”, recordou.
No último registo de interesses financeiros dos deputados, o Primeiro-Ministro registou que o alojamento no complexo de luxo privado de Mustique, durante o período de Natal, com Carrie Symonds, foi pago por um donativo, em espécie, avaliado em 15 mil libras (18 mil euros).
As férias aconteceram após as eleições legislativas de Dezembro, ganhas com maioria absoluta pelo Partido Conservador.
Boris Johnson nomeou David Ross, um empresário que fez donativos ao Partido Conservador noutras ocasiões, mas ontem, em declaração ao jornal Daily Mail, um representante garantiu não ter pagado nada.
“Boris Johnson não ficou na casa de David Ross. Boris queria ajuda para encontrar onde ficar em Mustique, o David telefonou à empresa que gere as casas e uma pessoa tinha desistido. Boris ficou com essa casa que custava 15 mil libras, mas David Ross não pagou qualquer dinheiro”, explicou.
Um porta-voz do PrimeiroMinistro afirmou que “todos os requisitos em termos de transparência foram respeitados, tal como foi explicado no registo dos interesses financeiros dos deputados”.