Bombeiros têm um plano de prevenção de desastres
O documento define métodos que podem ajudar a prevenir e minimizar as calamidades que podem acontecer até 2030
Angola encontra-se numa situação privilegiada em termos de prevenção de riscos e desastres naturais em relação a outras regiões da África Austral e Central, afirmou quinta-feira, em Luanda, o comandante nacional do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.
Bensa Mateus, que falava à margem da Conferência sobre Plano de Contingências, que teve como objectivo partilhar experiências, esclarecer a importância de identificar o papel de cada sector, que contou com a participação de vários membros do Executivo.
Angola, acrescentou Bensa Mateus, cumpre os quatro pilares da protecção civil, nomeadamente a prevenção, preparação, resposta e recuperação, onde em cada uma destas fases está salvaguardado o plano de contingência.
Bensa Mateus explicou que o plano de contingência está inserido no perfil de Risco/Desastre em Angola, um documento orientador, adoptado em Janeiro deste ano, na Conferência do Quénia, em Mombassa, na qual foi decidido que os países da África Austral e Central adoptassem o exemplo de Angola, na busca de soluções e no combate e redução de desastres.
O Plano de Contingência define os tipos de desastres que poderão acontecer em Angola até 2030. “Tudo está acautelado em termos de danos, tanto para as pessoas, habitações e agricultura”, disse Bensa Mateus.
Salientou que, a nível dos países da África Austral e Central, Angola é o único país que tem este documento aprovado. Esclareceu que o mesmo foi implementado através das políticas do Executivo, estruturado em várias vertentes, a partir do Conselho Nacional de Protecção Civil, órgão coordenador das acções de combate às calamidades.
O dirigente disse que para a execução deste plano é preciso muito investimento, por isso o país conta com o apoio das organizações internacionais, como a União Africana, Europeia e as Nações Unidas.
Explicou que o plano está em conformidade com as recomendações de Sanday, para até 2030, rubricado em Janeiro deste ano. “Já sabemos o que vai acontecer durante este período, em termos de avaliação de risco, como calamidades e inundações. Apesar dos desastres naturais serem imprevisíveis, em função da nossa realidade, já sabemos o que poderá acontecer e estão a ser tomadas medidas para mitigar os efeitos”, assegurou Bensa Mateus, que alertou que as inundações no país poderão acontecer em zonas de rios, lagoas e oceanos, que podem ser provocadas pelas intensas chuvas.
Assegurou que Angola, em termos de protecção civil, já deu passos significativos, por estar sempre presente em todas as reuniões realizadas a nível da África Austral e Central e que, em breve, vai participar de um encontro na Tanzânia.
A Conferência sobre o Plano de Contingências visa alertar para a necessidade das instituições públicas e sobretudo dos sectores com responsabilidades assegurarem os bens e serviços essenciais à população, dotando-os de capacidade para a elaboração e implementação de planos, que respondam a eventuais situações de emergência, em tempo real e útil.
Durante a conferência, referiu, foram trocadas experiências sobre a elaboração e implementação de planos de contingência.
Esclareceu-se a importância dos planos de contingência, como ferramenta de prevenção de riscos e de medidas cautelares. Foi identificado o papel de cada interveniente dos órgãos da Administração do Estado, empresas estratégicas e sociedade civil.
A conferência avaliou ainda os mecanismos de operacionalização, que deverão ser adoptados para a concretização e acompanhamento dos planos de contingência, entre os diferentes sectores da Administração do Estado.
A conferência contou com a presença de secretários de Estado, vice-governadores provinciais, administradores, empresas estratégicas e sociedade civil.
O Plano de Contingência apresentado pelos Bombeiros define os tipos de desastres e de calamidades naturais que poderão acontecer em Angola até 2030