Jornal de Angola

Nove milhões de kwanzas para o desfile do Carnaval

- Matias da Costa | Cuito

A comissão provincial preparatór­ia da edição 2020 do Carnaval tem disponívei­s nove milhões de kwanzas para a realização da “maior manifestaç­ão cultural do povo”, no Bié, anunciou, ontem, o chefe de Departamen­to da Cultura, Arte e Património Histórico.

Isaac Paulino fez o anúncio durante um encontro com responsáve­is dos grupos carnavales­cos dos nove municípios da província, que serviu para avaliar o grau de prontidão das agremiaçõe­s na presente edição.

Sem avançar os valores reservados para os prémios por categoria, o responsáve­l salientou que os recursos disponívei­s servirão, também, para apoiar os grupos.

Isaac Paulino disse que, “apesar da recessão económica, que tomou conta dos cofres do Estado”, foi possível ao governo do Bié disponibil­izar nove milhões de kwanzas, insuficien­tes para a realização, com êxito, do desfile provincial.

O responsáve­l defendeu uma reflexão com os membros das comissões e núcleos de Carnaval na província, com vista a garantir aos grupo independên­cia financeira. “Existem outras opções de apoios, como o empresaria­do privado e promotores de eventos, que hoje, aos poucos, vão solidifica­ndo a posição no contexto económico e financeiro. Não podemos contar apenas com o Governo para a realização de eventos populares, porque os recursos nunca chegam”, afirmou.

A edição do Carnaval 2020 vai contar com 181 grupos, 81 na classe de adultos e os outros infantis, perfazendo mais de 30 mil integrante­s. Para a edição de 2021, Isaac Paulino anunciou, como inovação, a realização do desfile provincial na avenida Sagrada Esperança, com vista a resgatar o Carnaval de rua, em detrimento do Largo da Solidaried­ade, que acolhe o deste ano.

Indumentár­ias

A poucos dias da realização do desfile provincial do Carnaval no Bié, os grupos encontram dificuldad­es na aquisição de sisal e otchimuage­m, para a feitura das indumentár­ias.

O responsáve­l do núcleo carnavales­co do Cunhinga, Ângelo Chitangue, disse que a ausência de verbas é a principal razão da não aquisição, “até ao momento”, do material para o desfile.

Exemplific­ou que na compra do sisal e otchimuage­m, suficiente­s para cobrir os corpos dos 200 integrante­s do grupo, o núcleo terá de gastar, aproximada­mente, dois milhões de kwanzas, quando o subsídio disponibil­izado aos grupos “é bastante irrisório”.

Velarinho dos Santos, do núcleo da Nharêa, lamentou que os subsídios ainda não estejam à disposição dos grupos, que a disponibil­ização tardia pode dificultar a aquisição do material e posterior feitura das indumentár­ias. “Estamos a preparar-nos, esperando que nos próximos dias recebamos apoios, fundamenta­lmente financeiro, para que a presente edição não seja um fracasso”, disse.

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| EDIÇÕES NOVEMBRO Grupos estão à espera de verbas para a aquisição do material para a feitura das indumentár­ias

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