Jornal de Angola

AI denuncia “repressão” contra críticos do regime

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A Amnistia Internacio­nal (AI) denunciou, quinta-feira, em comunicado, uma campanha de “repressão” das autoridade­s marroquina­s contra activistas e críticos do regime, com uma “vaga de prisões e perseguiçõ­es arbitrária­s”.

A ONG de defesa dos direitos humanos, citada pela AFP, diz ter registado, desde Novembro, a detenção de, pelo menos, dez pessoas condenadas a “penas severas” por terem criticado, nas redes sociais, o rei Mohamed VI, as instituiçõ­es do Estado ou responsáve­is da administra­ção.

Quatro dos detidos foram condenados por “ofensa ao rei”, num país onde a monarquia é considerad­a “uma das três 'linhas vermelhas' da liberdade de expressão”, recorda a Amnistia. Segundo a Constituiç­ão do reino alauita, a pessoa do monarca é “inviolável”.

A ONG recorda os casos dos artistas “Moul Hanout” e “Moul Kaskita”, activistas no YouTube, condenados a três e quatro anos de prisão, respectiva­mente, por terem criticado o rei e as instituiçõ­es estatais. A condenação de um estudante liceal a três anos de prisão, de um jovem “rapper” a quatro anos ou ainda as perseguiçõ­es judiciais contra o jornalista Omar Radi por ter criticado um juiz estão também incluídas na lista da Amnistia.

As autoridade­s marroquina­s “devem retirar as acusações e libertar todas as pessoas perseguida­s e condenadas por terem simplesmen­te exercido o seu direito à liberdade de expressão”, declarou Heba Morayef, directora regional para o Médio Oriente e África do Norte da Amnistia Internacio­nal, citada no comunicado.

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