Novo Arquivo Nacional é inaugurado em Novembro
O director geral do Gabinete de Obras Especiais (GOE) anunciou ontem, em Luanda, que o Arquivo Nacional de Angola, localizado no Camama, nos arredores do Estádio 11 de Novembro, será inaugurado em Novembro.
Leonel Cruz, que falava à imprensa à margem da visita que o Presidente da República, João Lourenço, efectuou às obras, disse que a execução física da empreitada, bem como a financeira é de 77 por cento.
A visita do Presidente da República, disse, “foi boa e gratificante”. A visita alimenta a esperança de que se possam ultrapassar, nos próximos meses, as dificuldades que impediram a conclusão da empreitada.
O director-geral do GOE reconheceu que as obras estão em ritmo bastante lento por razões diversas e agradeceu “a postura da empresa chinesa contratada, que manteve uma equipa a trabalhar, mesmo não havendo enquadramento orçamental e financeiro para a conclusão da empreitada”.
Questionado sobre o orçamento da empreitada, Leonel Cruz disse que a primeira fase foi orçada em 72 milhões de dólares, dentro da linha de financiamento da China.
O director-geral do GOE explicou que devido a algumas alterações e readaptação que o projecto sofreu, como a actualização de apetrechos, que não foram incluídos no contrato inicial, como mobiliário, equipamentos técnicos específicos para a área de arquivo, houve um reajuste ao projecto, estando a faltar cerca de 25 milhões de dólares para a conclusão da empreitada.
Interrogado se com essas dificuldades ainda é possível inaugurar a infra-estrutura em Novembro, Leonel Cruz garantiu que, durante a visita, o Presidente da República deu orientações específicas nesse sentido.
“Nós, enquanto área técnica, estamos totalmente disponíveis e há, também, vontade e compromisso por parte do Ministério das
Finanças em ajudar-nos. Sabemos que a situação não é fácil no contexto geral do país, mas o Ministério das Finanças tudo fará para atingirmos este desiderato”, disse Leonel Cruz.
Dignidade aos pesquisadores
A ministra da Cultura, Maria Piedade de Jesus, afirmou que a infra-estrutura moderna vai dar dignidade aos pesquisadores e alertou os futuros utentes a conservar e manter a infra-estrutura.
Maria Piedade de Jesus disse esperar que o Arquivo Nacional de Angola venha a ser um espaço digno para acolher os utentes, que são os investigadores nacionais e internacionais.
A governante lembrou que a infra-estrutura vai albergar documentação do país com critérios arquivistas, acrescentando que os documentos existentes no actual Arquivo Nacional serão transferidos automaticamente para o novo.
A ministra da Cultura afirmou, ainda, que existem muitas instituições que possuem documentação que necessita de ser arquivada. “Vamos também proceder à recolha de outros trabalhos no exterior do país, que podem servir o nosso. Além disso, esta infra-estrutura terá ligação aos arquivos das províncias", sublinhou.
Maria Piedade de Jesus anunciou, também, que o Arquivo Nacional de Angola terá condições para albergar documentos e digitalizá-los.
O complexo fica situado numa área estratégica na confluência com o campus da Universidade Agostinho Neto, perto do Estádio 11 de Novembro. O edifício, de cinco pisos, que começou a ser projectado em 2014, surge no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento(PND), que prevê, entre outros objectivos específicos para o sector da Cultura, a implementação do Sistema Nacional do Arquivo.
A infra-estrutura terá, entre outras dependências, 69 salas de arquivo, 39 escritórios, dois laboratórios, três salas de exposição, dois auditórios e nove salas de formação.