Jornal de Angola

Cidadãos contra revisão constituci­onal na Rússia

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Milhares de pessoas saíram ontem à rua em várias cidades russas para protestar contra a revisão constituci­onal proposta pelo Presidente Vladimir Putin, que alimenta especulaçõ­es sobre o seu futuro político.

Em meados de Janeiro, Putin surpreende­u os russos ao anunciar uma revisão constituci­onal que fortalece os poderes presidenci­ais e o papel do Conselho de Estado, órgão que tem até agora funções consultiva­s.

Para os analistas, com a reforma, Vladimir Putin está a preparar novos palcos políticos de influência, para o momento em que abandonar o cargo de Presidente, em 2024, para o qual não poderá ser reeleito.

Organizada­s sob a forma de piquetes de manifestaç­ão solitária, a única forma de protesto que não obriga a autorizaçã­o prévia na Rússia, milhares de pessoas em várias cidades russas declararam-se opostos à revisão constituci­onal.

Em São Petersburg­o, a demonstraç­ão resultou em várias prisões, de acordo com uma Organizaçã­o NãoGoverna­mental

especializ­ada no acompanham­ento de manifestaç­ões.

A manifestaç­ão de Moscovo, que foi autorizada para um local distante do centro, foi organizada por vários movimentos de oposição ao Executivo de Putin, incluindo a Frente de Esquerda, liderada por Sergei Oudaltsov, que reuniu cerca de três mil pessoas, segundo a organizaçã­o, ou 300, segundo a Polícia.

Sergei Oudaltsov disse que vai pressionar para que haja "um referendo em vez de uma votação pública que ninguém entende o que é", referindo-se ao modelo encontrado por Putin para validar a decisão aprovada em finais de Janeiro no Parlamento, cujos contornos ainda não foram divulgados.

O anúncio da revisão constituci­onal, em Janeiro, levou ao pedido de demissão imediato do PrimeiroMi­nistro, Dmitri Medvedev, e do Governo.

Depois de conseguir a aprovação por maioria no Parlamento, Putin já disse que pretende que todo o processo esteja ratificado "muito em breve".

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