Governo afegão e talibãs negoceiam a paz em Oslo
O Governo afegão e os talibãs vão reunir-se em Oslo, em 10 de Março, disse, ontem à Efe, uma fonte diplomática afegã.
A divulgação desta reunião foi feita depois de o chefe do Pentágono, Mark Esper, ter revelado um acordo entre os talibãs e os EUA para a redução da violência durante uma semana no Afeganistão.
O Presidente afegão, Ashraf Ghani, anunciou, na quartafeira, que fora informados pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de "notáveis progressos" nas negociações com os grupos extremistas talibãs, o que o chefe da diplomacia dos EUA confirmou aos jornalistas, durante a reunião da OTAN em Bruxelas, que decorreu na quarta e quinta-feira.
Nessa reunião, Mark Esper confirmou o estabelecimento de uma trégua com os talibãs, sem dizer quando entraria em vigor.
"Os Estados Unidos e os talibãs negociaram uma proposta de redução da violência por sete dias", disse Esper, numa conferência de imprensa.
"Sempre dissemos que a melhor, senão a única, solução para o Afeganistão é um acordo político. Houve progresso nessa frente e em breve teremos mais informações sobre isso", acrescentou o chefe do Pentágono.
Embora Esper não tenha referido uma data para a trégua, uma fonte talibã confirmou que a redução de violência deveria começar ainda ontem.
Um outro dirigente norteamericano disse, ontem ,que a trégua poderá levar à retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão.
A fonte, que falou sob condição de anonimato acrescentou que o acordo para uma "redução de violência" durante sete dias deve ser seguido pelo início de negociações de paz para todo o Afeganistão, incluindo as forças do Governo.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, já terá concordado com o plano, cujos pormenores finais foram apresentados nos últimos dias pelo enviado especial dos EUA para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, e por representantes dos talibãs em Doha, Qatar.
Khalilzad esteve em Munique e participou na reunião com os talibãs, conduzida por Pompeo e por Esper, e acompanhada pelo general Scott Miller, comandante da força internacional no Afeganistão, liderada pelos EUA.
Uma alta autoridade norteamericana disse que os Estados Unidos vão monitorizar a trégua, para determinar qualquer eventual violação.
Se os talibãs cumprirem o "acordo de redução de violência", é possível que haja a assinatura de um tratado de paz mais duradouro, seguido de uma tentativa de negociações de paz que abranja todo o território afegão, disse a mesma fonte.