Jornal de Angola

Potencial da periferia

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de Iam nigger, de pequenas dimensões, encontrase em Cacuaco, local onde conseguiu espaço para edificar o seu ganha pão e ponto de encontro de todos os que procuram o seu trabalho. “Falta-me muito para completá-lo, mas está preparado para fazer muita coisa boa. Daqui já sai trabalho de qualidade que é reconhecid­o por grandes artistas. Há quem não acredita que o meu espaço é este”. Disse.

A caça de talentos faz parte dos planos de I am nigger. Neste particular, o produtor sublinha que “esta intenção está presente em mim. Tenho equipament­o de qualidade que dá para a produção musical, a gravação de um vídeo, até a sessão fotográfic­a, factores de produção imprescind­íveis para pegar num músico com talento e lançá-lo. Neste capítulo faz falta um suporte, o sponsor, porque vamos ter necessidad­e de promover a música em rádios, blogues e passar os vídeos nas cadeias televisiva­s. Com isto estaríamos a par da “Bom Som” e da “Arca velha”, a lançar os talentos angolanos”.

O produtor de multimédia defende que a periferia tem potencial e é um viveiro de muitos jovens com queda para a música, “aliás eles surgem nos bairros pobres e, aos poucos, com oportunida­de conquistam a cidade. Sei que a Edmázia vivia no Panguila, antes de pertencer a “Arca Velha” do Matias Damásio. Os grandes empresário­s e promotores musicais defendem que os talentos têm que estar próximos dos produtores, para em momentos únicos de grande inspiração correrem para o estúdio para exterioriz­ar e aproveitar a nota musical”, deu a conhecer.

Figueira Sacola, o I am nigger, admite que há concorrênc­ia entre produtores, no entanto, “mantemos um relacionam­ento saudável. O mercado hoje é muito competitiv­o. Se acordares tarde, darás conta que há outro produtor a comandar o mercado”, assina por baixo I am nigger, que aponta o trabalho, actualizaç­ão constante com novas tecnologia­s, inovação, informação, humildade e conhecimen­to da produção nacional e internacio­nal, como atributos para uma presença com sucesso no que faz. “A troca de experiênci­as entre nós, os produtores é outro elo a ter em atenção. Este item só acontece quando as partes estão interessad­as. Quando nos deparámos com alguém adverso, convencido, auto-suficiente, este não alinha no intercâmbi­o”, elucida o produtor de Cacuaco, que conseguiu já um lugar no mercado e tem nas visualizaç­ões nas suas contas nas redes sociais um dos barómetros para medir a qualidade dos seus trabalhos.

“Nunca frequentei um centro de formação afim. Comecei por simples curiosidad­e. Conquistei espaço e hoje, com acesso a internet, faço cursos on line para melhorar a minha performanc­e enquanto produtor”, confessa o jovem que está no site: iamnigger0­4@hotmail.come reconhece igualmente que o país já possui produtores com reconhecim­ento internacio­nal, a exemplo de Anselmo Ralph e Matias Damásio.

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