A agenda pós Merkel
Foi na ressaca da visita da chanceler alemã, Angela Merkel, que Gabrielle Stiller-Kern, directora do Goethe Institut Angola, fez um balanço das actividades do ano passado e revelou algumas actividades para 2020
O primeiro ano foi muito emocionante para mim, aprendi muito. Estou entusiasmada com a rica cultura do país e dos seus artistas
como é carinhosamente tratada, começou por falar da sua experiência em Angola. "O primeiro ano foi muito emocionante para mim, aprendi muito. Estou entusiasmada com a rica cultura do país e dos seus artistas e, acima de tudo, estou muito grata por termos encontrado tantos bons parceiros para cooperar" Gabrielle Stiller-Kern reconheceu que este ano as actividades começaram com muita agitação e pressão, com a visita da delegação alemã em Luanda. "Depois das férias, chegamos e começamos a preparar as condições no Museu Nacional de Antropologia, porque era um dos locais escolhidos para a visita da chanceler Angela Merkel".
A primeira actividade que destacou do ano passado foi a celebração do primeiro ano da colaboração entre o Museu Nacional de Antropologia, o Museu Etnológico de Berlim e o Goethe-Insitut, com uma jornada científica, na qual participou a etnóloga italiana e curadora da colecção africana do Museu de Etnografia de Berlim, Paola Ivanov, que partilhou com especialistas angolanos como Fernando Manzambi Vuvu, Adriano Mixinji, Ana Clara Guerra Marques, José Luís Mendonça, Engrácia Oliveira e António Fonseca. Na mesma época, foram apresentadas curtas-metragens do cineasta brasileiro, Carlos Silva Pinto, de cinco peças museológicas, com três que podem ser vistas nos dois museus e duas que podem ser vistas apenas em um deles.
No campo musical, falou da presença em Luanda do rapper alemão de origem Serra-leonense Musa e a sua produtora Sarah Shakir, que se apresentaram em Outubro, no Sambizanga, com o músico Sacerdot e ministraram palestras relacionadas com a escrita criativa, gestão de carreiras, activismo cultural e como posicionar-se no seio da indústria cultural. Um outro evento musical que teve um significado especial para Gabrielle foi a ida, em Novembro, para a Alemanha, do produtor e activista cultural Sacerdot, o guitarrista Teddy Nsingi e o artista plástico Kiluanji
Kya Henda que actuaram na Haus der Kulturen der Welt (casa das culturas) no âmbito do projecto de pesquisa Afro –sonic Mapping. Foi na Haus der Kulturen der Welt (casa das culturas) onde durante quase uma década trabalhou e foi despertando o gosto por outras culturas. O Afrosonic Mapping é uma iniciativa do pesquisador Satch Hoyt, que teve o apoio do Goethe, que o acolheu em 2018 para realizar parte da pesquisa que não ficou apenas por Luanda, mas também em cidades como Lisboa, Salvador da Bahia, Dakar, Cali e Lima.
Falando das perspectivas para este ano, "pretendemos organizar, pela primeira vez, projectos sobre o tema de ecologia e sustentabilidade, uma parceria com as congéneres do Goethe Institut em Addis Abeba e Kigali. Aqui, com a Aliance Française, pretendemos estabelecer uma residência artística para dançarinos. A presentar filmes não só da Alemanha, mas também de outros países da África Subsariana, continuar a nossa cooperação no domínio do teatro infantil e juvenil e realizar uma exposição sobre histórias familiares" Questionados sobre o futuro depois da visita da Chanceler, disse que um dos objectivos mais importantes é aumentar a oferta de cursos de alemão. "Como a procura é muito grande e não temos professores de alemão suficientes em Luanda, vamos começar a formar professores ainda este ano. Depois que a chanceler Angela Merkel e o Serviço Alemão de Intercâmbio Académico (DAAD) assinaram um programa de bolsas de estudo na semana passada, o estabelecimento do curso de alemão é mais importante do que nunca", afirmou a directora do Goethe Institut em Angola.