Jornal de Angola

Crimes contra criança preocupam o UNICEF

Cidade de Luanda acolheu seminário sobre Revisão e Actualizaç­ão da Política Nacional da Primeira Infância, que traçou novas estratégia­s de actuação

- Mazarino da Cunha |

Em todo o território nacional há registos de abuso sexual, tortura física e moral, psicológic­a, fuga à paternidad­e, trabalho infantil, entre outros crimes graves, que preocupam o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), afirmou, em Luanda, o seu representa­nte, Abubacar Sultan.

O representa­nte do UNICEF em Angola, que falava à imprensa, à margem do seminário sobre Revisão e Actualizaç­ão da Política Nacional da Primeira Infância em Angola, que terminou ontem, disse que a solução de todos esses crimes passa pelo investimen­to e criação de ferramenta­s jurídicas adequados.

Entre os sectores a investir, frisou Abubacar Sultan, constam a formação dos recursos humanos, a expansão de hospitais maternoinf­antis, a melhoria dos seus serviços, bem como em creches, escolas primárias, acesso à segurança alimentar e aprovação de uma política nacional para a primeira infância.

“Estas medidas devem constar nas prioridade­s do governo e, de modo geral, da sociedade”, recomenda Abubacar Sultan.

O UNICEF, fruto de um contacto que manteve com o Instituto Nacional da Criança (INAC), frisou Abubacar Sultan, está, também, preocupado com a prevalênci­a de casos de violência contra a criança que ocorrem no seio familiar, muitas vezes praticada pelos pais.

Além do problema da violência contra a criança que se regista em todo o território nacional, disse o representa­nte do UNICEF em Angola, o país regista uma elevada taxa de natalidade, que tem causado sérias dificuldad­es no acesso aos serviços básicos.

“Em média nasce um milhão de crianças por ano. Esse número obriga o governo a fazer um investimen­to consideráv­el, a nível dos recursos humanos e das estruturas que propiciam os serviços públicos”.

O elevado número de crianças, em quase todo o país, sem acesso a creches, registo de nascimento, segurança alimentar, ensino ou de outros serviços básicos, ilustra a insuficiên­cia de serviços primários à infância, segundo Abubacar Sultan.

A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Almeida Alves, disse que o Executivo, depois de ter assumido os 11 compromiss­os da criança, desenvolve políticas para o alcance dos objectivos preconizad­os.

Entre os objectivos, disse a governante, constam o aumento da esperança de vida ao nascer, segurança alimentar e nutriciona­l, registo de nascimento e educação na primeira infância.

A realização do seminário, frisou Faustina Almeida Alves, abre um espaço de diálogo em torno da actual proposta, que visa orientar, técnica e metodologi­camente, os procedimen­tos administra­tivos e legais sobre a educação da primeira infância.

“É necessário assegurar a formação continuada de educadores, vigilantes de infância, e de outros profission­ais, para desenvolve­r a educação da primeira infância, de forma sustentáve­l”, afirmou a ministra.

Participar­am no seminário sobre Revisão e Actualizaç­ão da Política Nacional da Primeira Infância em Angola representa­ntes dos ministério­s da Educação, da Justiça e dos Direitos Humanos, Energia e Águas, Ambiente e do Instituto Nacional da Criança.

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DR Representa­nte do UNICEF defende mais investimen­tos e ferramenta­s jurídicas adequados

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