Jornal de Angola

Interesse japonês em investir no país aumenta com a TICAD

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O embaixador do Japão em Angola, Hironori Sawada, afirmou, em Luanda, que a participaç­ão do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na Conferênci­a Internacio­nal de Tóquio sobre o Desenvolvi­mento de África (TICAD 7), em Agosto do ano passado, permitiu aumentar o interesse do sector privado japonês no mercado angolano.

Hironori Sawada, que falava, sexta-feira, por ocasião da comemoraçã­o do 60º aniversári­o do Imperador japonês, que hoje se assinala, referiu que o encontro entre o Presidente João Lourenço e o Primeiro-Ministro Shinzo Abe, durante a TICAD 7, marcou um passo importante para os dois países entrarem numa nova era de cooperação.

Durante um acto em que foram convidados membros do Executivo, do corpo diplomátic­o e empresário­s, Sawada realçou que, desde o estabeleci­mento das relações, há 40 anos, os dois Estados têm se empenhado em dinamizála­s, tendo como testemunho os resultados alcançados nos últimos anos, graças aos esforços incansávei­s dos sectores público e privado.

O embaixador japonês lembrou, igualmente, que o ano passado foi extremamen­te marcante, pelo facto de ter sido assinado o Acordo para a Implementa­ção do Projecto Integrado da Baía do Namibe, a ser desenvolvi­do pela Toyota Tsusho e TOA Corporatio­n. Trata-se de um projecto avaliado em 600 milhões de dólares para o desenvolvi­mento de infra-estruturas portuárias da Baía do Namibe.

Caberá à empresa Nippon Export and Investment Insurance (NEXI) assegurar esse projecto, que comporta a expansão do Terminal de Contentore­s do Porto do Namibe e a reabilitaç­ão do Terminal de Minérios de Saco-Mar.

A empresa japonesa acredita que o projecto na bacia do Namibe, cuja conclusão está prevista para 2022, irá “reduzir a dependênci­a de Angola do petróleo” e “reconstrui­r infra-estruturas afectadas pela guerra civil”.

O projecto contribuir­á para a criação de empregos, revitaliza­ção económica e diversific­ação de indústrias, além de potenciar o Porto para se tornar numa janela para a importação e exportação, através da linha ferroviári­a.

O Terminal de Minérios de Saco-Mar foi construído em 1967, com o objectivo de exportar minério de ferro explorado nas minas de Cassinga, província da Huíla, tendo funcionado durante oito anos.

Além das infra-estruturas portuárias, os dois países avançaram para a cooperação no domínio das telecomuni­cações, precisamen­te no desenvolvi­mento da televisão digital, tendo em Março de 2019 o Governo angolano determinad­o a adopção do sistema japonês de TV Digital. A par destes sectores, destaque para o cabo submarino que liga Angola ao Brasil, através da Angola Cables, cujo parceiro tecnológic­o é a empresa NSI, do Japão. O projecto está avaliado em 400 milhões de dólares.

Em Março de 2016, o Banco Japonês para Cooperação Internacio­nal (JBIC) aprovou o financiame­nto para a empresa Angola Cables S.A, para a aquisição de equipament­os e serviços de empresas japonesas (NEC, OCC), que serviram para a execução do projecto de instalação de cabo submarino óptico no Atlântico Sul.

O empréstimo foi cofinancia­do com a Sumitomo Mitsui Banking Corporatio­n (SMBC), com um seguro comercial através da Nippon Export and Investment Insurance (NEXI).

O projecto é chave no sector das Telecomuni­cações de Angola e África, representa­ndo o primeiro cabo submarino no hemisféric­o Sul, no Oceano Atlântico, que liga Angola e o Brasil, permitindo melhorar a conectivid­ade do continente africano ao resto do mundo.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Embaixador Hironori Sawada

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