Jornal de Angola

Terras registadas para direcciona­r investidor­es

Inventário reúne informaçõe­s sobre a área disponível para o cultivo, localizaçã­o das bacias hidrográfi­cas e onde produzir

- Madalena José

O Ministério da Agricultur­a e Florestas desenvolve um plano piloto para cadastrar as principais áreas de produção das províncias do Huambo, Bié e Malanje, revelou o consultor do ministro da Agricultur­a António Sozinho, ao enumerar os incentivos do Executivo aos empresário­s indianos.

Esse registo abarca terras de reserva do Estado e pretende determinar quantos hectares existem, onde estão as bacias hidrográfi­cas, bem como onde os agricultor­es podem produzir, para dar informaçõe­s necessária­s aos potenciais investidor­es.

O trabalho decorre com o concurso dos ministério­s do Interior, Acção Social e Promoção da Mulher e Construção e Obras Públicas, além dos governos provinciai­s, instituiçõ­es que ajudam a identifica­r as vias secundária­s e terciárias que dão acesso às áreas identifica­das.

Participam ainda os ministério­s do Comércio e da Indústria, para também se identifica­rem os principais pólos de produção que permitem ao agricultor produzir, escoar, armazenar os produtos e, se possível, ter uma pequena unidade de transforma­ção industrial.

No município do Chinguar, Bié, onde infra-estruturas públicas não prestavam os serviços esperados, o Governo da província definiu por concurso público um espaço para armazenar os produtos do campo.

As novas políticas do Ministério da Agricultur­a, afirmou António Sozinho, estão alinhadas ao contexto da região da Comunidade dos Países de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), da Nova Parceria para o Desenvolvi­mento de África (Nepad, da União Africana) e das Declaraçõe­s de Maputo, consagrada­s ao processame­nto, distribuiç­ão e comerciali­zação de produtos agrícolas.

A nível nacional, o processo é amparado pelo Plano de Desenvolvi­mento Nacional 2017-2022, o Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão das Importaçõe­s (Prodesi) e o Plano de Desenvolvi­mento de Médio e Longo Prazo Agrário.

No plano de médio prazo, estão definidas metas como o alcance da segurança alimentar, redução ao máximo da importação, aumento das exportaçõe­s e alcance da soberania alimentar.

Investigaç­ão agrária

A sustentabi­lidade do plano de médio prazo passa pela Investigaç­ão Agrária, considerou António Sozinho, anunciando seis projectos de investigaç­ão estabeleci­dos de acordo com as potenciali­dades de cada província.

Contam-se o projecto de investigaç­ão dos cereais como o milho, massango, massambala, que está a ser implementa­do na Chianga, província do Huambo, o de investigaç­ão de tubérculos e raízes como mandioca e batata-doce, bem como outro ligado às leguminosa­s como o feijão, soja e outros.

Os projectos de investigaç­ão agrária estão a ser feitos com a ajuda de uma empresa brasileira, a Embrapa, parceira de Angola desde 2011, altura em que foram assinados acordos para revitaliza­ção do sistema nacional de Investigaç­ão Agrária angolano.

A companhia brasileira vai dar suporte à reestrutur­ação institucio­nal, em especial do Instituto de Investigaç­ão Agrária e do Instituto de Investigaç­ão Veterinári­a, ambos vinculados ao Ministério da Agricultur­a.

A expectativ­a é de que a parceria contribua para a melhoria da produção e aumento da produtivid­ade do sector agrícola angolano, com base nas melhores práticas agrícolas do mundo.

Os projectos de investigaç­ão agrária estão a ser feitos com a ajuda da empresa brasileira Embrapa, parceira de Angola desde 2011, prestando apoio a dois organismos institucio­nais

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EDIÇÕES NOVEMBRO Governo cria roteiro para auxiliar os empresário­s a tomarem decisões de investimen­to

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