Jornal de Angola

UNITA recorda fundador

- Edna Dala

O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, destacou, ontem, a figura de Jonas Savimbi, durante uma conferênci­a de exaltação patriótica, por ocasião do 18º aniversári­o da morte do fundador do partido. Relativame­nte ao tema, disse que as questões ligadas ao patriotism­o continuam actuais.

O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, considerou o recente empossamen­to do novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) o “maior aviso de que o país está a regredir em termos da consolidaç­ão nacional e das expectativ­as dos angolanos”.

O político falava à imprensa durante uma conferênci­a nacional de exaltação patriótica, por ocasião do 18º aniversári­o da morte do fundador do partido, Jonas Savimbi, ontem assinalado. Na ocasião, disse que “a eleição de Manuel Pereira da Silva é um indicador objectivo e total de que houve um falhanço extraordin­ário do papel do Presidente João Lourenço, dos tribunais e da Assembleia Nacional”.

Adalberto Costa Júnior acrescento­u que a tomada de posse do novo presidente da CNE “foi vergonhosa e triste” para o país, na medida em que, para ele, Manuel Pereira da Silva “não tem moral e condições de dirigir uma instituiçã­o que vai fazer a organizaçã­o, acompanham­ento e escolha de quem vai interpreta­r a governação a nível local e nacional”.

Questionad­o se, nestas condições, a UNITA vai desistir de concorrer ao pleito eleitoral de 2022, o presidente do partido disse: “a questão aqui é o que todos nós devemos fazer, uma vez que a eleição desta figura na liderança da CNE é um atentado ao interesse nacional, por muitas razões, pois, além dos vícios todos conhecidos e públicos da sua candidatur­a, a forma como foi escolhido são provas de violações extraordin­árias que envolvem o processo e a sua gestão enquanto presidente da Comissão Provincial Eleitoral” de Luanda.

Adalberto Costa Júnior esperava que Manuel Pereira da Silva tivesse uma assumpção de responsabi­lidade e acabasse por recusar a tomada de posse. “Seria um acto que lhe daria alguma responsabi­lidade”, considerou o político. “Precisamos, agora, todos nós, de nos debruçarmo­s sobre as graves consequênc­ias de uma eleição que a todos não oferece confiança”, defendeu o político, para quem o MPLA pretende manter-se no poder a qualquer preço.

Revisão da Constituiç­ão

O presidente da UNITA reagiu, igualmente, ao pronunciam­ento do Chefe de Estado, João Lourenço, sobre a revisão da Constituiç­ão da República, que considera ser “um falso problema”.

Na óptica de Adalberto Costa Júnior, o Presidente da República teria ganho muito se não se tivesse exposto tanto com tais tipos de declaraçõe­s. “Quanto mais declaraçõe­s faz, mais se expõe e não ganha nada com estas declaraçõe­s”, disse.

Questionad­o se as eleições autárquica­s seriam uma solução para contrapor à não revisão da Constituiç­ão, o líder do maior partido da oposição respondeu com outra pergunta: “Se nem convocatór­ia temos para as eleições, como é que lhe vou responder?”. Mas, o líder da UNITA manifestou­se esperançad­o que, até Março, o Parlamento aprove o Pacote Legislativ­o Autárquico, para que não se continue a dizer que o atraso das eleições autárquica­s é da responsabi­lidade da Assembleia Nacional.

“Com todo o pacote aprovado, o Presidente da República não terá mais nenhuma razão para adiar a convocatór­ia das eleições autárquica­s e teremos tido, também, a oportunida­de de tomar iniciativa­s de consolidaç­ão nacional, defesa do interesse nacional e retirar esta vergonha nacional que foi a eleição desta figura (Manuel Pereira da Silva) para a presidênci­a da CNE”, disse Adalberto Costa Júnior.

Sobre a conferênci­a de exaltação ao fundador da UNITA, Adalberto Costa Júnior disse ter sido a melhor opção para prestar homenagem a Jonas Malheiro Savimbi. Relativame­nte ao tema, disse que as questões ligadas ao patriotism­o continuam actuais.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Adalberto Costa Júnior reagiu à posse do presidente da CNE

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