Jornal de Angola

A visão do sonho no grande ecrã

O realizador James Mangold pegou numa história de vida e acrescento­u as pitadas certas de ironia, aventura e drama, para construir um filme sem igual, no qual os valores humanos são o foco

- Adriano de Melo

O sonho americano na sua grandeza pode voltar a ser viso nos grandes ecrãs em “Ford vs Ferrari”. O filme é uma amostra da determinaç­ão e da busca por uma vida melhor, que por muitos anos se tornou no “epitáfio” norteameri­cano. Repleto de lições de vida, a produção faz renascer o melhor que há dentro de cada um. Simples, mas ao mesmo tempo profundo, “Ford vs Ferrari” é um hino a determinaç­ão humana, e merece cada uma das nomeações e prémios conquistad­os em vários festivais de cinema internacio­nais, onde foi exibido, inclusive o Oscar deste ano de melhor produção de som e montagem. Embora, o cineasta James Mangold tenha se baseado numa história verídica, com uma ou outra adaptação no enredo, o filme consegue mostrar a luta na busca pela grandeza, mas numa fase em que as corridas de carros eram uma realidade em ascensão e os mais velozes estavam a conquistar o mundo. Assente na história da busca pelo carro mais veloz, que criou uma rivalidade sem igual entre Henry Ford II e Enzio Ferrari, a produção tem encanto suficiente ara conquistar o público aficionado por veículos e velocidade, assim como os demais.Porém engana-se quem for ver o filme e esperar apenas ver corridas de carro. A produção tem algo mais profundo. Um toque especial, que traz uma mistura entre o pessoal e o institucio­nal, entre dois dos maiores gigantes do mundo automóvel. Cada detalhe das corridas de carro foram trazidas de volta, junto com a adrenalina a qual vivem os pilotos, assim como toda pressão a que estão sujeitos ou as injustiças vividas por muitos em prol do grupo. São estes pormenores todos, que quando juntados, de uma forma fenomenal e magistral pelo realizador James Mangold tornam “Ford vs Ferrari” um filme acima das expectativ­as. O toque pessoal do realizador James Mangold vai mais além, ao colocar no centro de toda a trama os trabalhado­res e não os empresário­s, com Christian Bale e Matt Damon a ter uma performanc­e acima da média, num filme que tem, também, retoques de drama. O facto de o actor secundário ter um relevo acima do protagonis­ta é outro mérito a ser imputado ao filme. No final temos um filme feito para dois públicos e com teor suficiente para agradar a todos, amantes de corrida ou de drama, com uma história apaixonant­e e cativante, com muito dos requintes que fazem valer a pena a vida e buscar por sonhos.

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Matt Damon e Christian Bale dão vida aos protagonis­tas do filme

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