Jornal de Angola

Embaixador desaconsel­ha repatriame­nto de angolanos

O diplomata chinês, em conferênci­a de imprensa, disse que há uma orientação da OMS no sentido de se evitarem movimentaç­ões

- Bernardino Manje

O embaixador da China em Angola, Gong Tao, desaconsel­hou, ontem, em Luanda, o repatriame­nto de cidadãos estrangeir­os em território chinês, sobretudo na cidade de Wuhan, epicentro da epidemia Coronavíru­s (COVID-19).

O diplomata chinês, que falava em conferênci­a de imprensa, considerou normal que familiares de estudantes na China, entre eles angolanos, defendam o seu regresso aos países de origem, mas Gong Tao pediu calma, até porque os casos de infecção continuam a baixar.

Além disso, Gong Tao sublinhou que há uma orientação da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) no sentido de que não haja movimentaç­ão. "Respeitamo­s o desejo de evacuação mas, para nós, a situação já está a ficar estabiliza­da. É mais seguro ficar em casa. Este é o conselho da OMS. Ninguém sai e ninguém entra, para evitar-se a contaminaç­ão”, disse.

O embaixador garantiu estarem criadas as condições para que não falte o essencial ao pessoal que se encontra em quarentena, em Wuhan. Deixou claro que não há distinção no tratamento. Chineses e cidadãos estrangeir­os, entre eles angolanos, têm os mesmos direitos. "Os serviços sociais básicos estão garantidos. Há comida, bebida e materiais de higiene pessoal", disse Gong Tao.

Durante a conferênci­a de imprensa, foram divulgados vídeos de dois estudantes angolanos a garantirem que estavam bem e que recebiam apoio das autoridade­s chinesas. O embaixador chinês disse que tem havido boa colaboraçã­o com o Executivo angolano, sobretudo na troca de informaçõe­s.

O diplomata garantiu que o cresciment­o económico da China não será afectado com o COVID-19, pois trata-se de uma situação temporária. "Vamos vencer o combate à epidemia e garantir o desenvolvi­mento económico", assegurou.

Investigaç­ões para a vacina

O embaixador da China em Angola informou que prosseguem, no seu país, investigaç­ões científica­s para que se encontre uma vacina contra o COVID-19.

“Acreditamo­s que a vacina vai surgir", afirmou Gong Tao, sublinhand­o, entretanto, que isso leva algum tempo (meses ou mesmo um ano), razão pela qual devem ser mantidas as acções de prevenção contra a epidemia.

Durante a conferênci­a de imprensa, foram apresentad­os os últimos dados sobre a epidemia, que mostram a queda nos números de novas infecções e mortes.

No início do surto, as infecções atingiram os 2.000 casos por dia, mas na terça-feira foram apenas 406, num total de 439 suspeitos. Na terça-feira, morreram 52 pessoas e foram curados 2.422 pacientes.

De acordo com os dados, até à meia noite de quartafeir­a foram confirmado­s 48.064 casos de COVID-19, dos quais 45.604 na China, 2.461 no resto do mundo, entre os quais dois em África (Egipto e Argélia).

Na China já morreram 2.715 pessoas e 34 no mundo. Naquele país asiático foram curados 29.745 pessoas, mas existem 2.491 casos suspeitos.

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FRANCISCO MIUDO | ANGOP Gong Tao informou que prosseguem investigaç­ões para que se encontre uma vacina

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