Jornal de Angola

Deputadas querem leis para combate às drogas

Movimento Nacional de Prevenção e Combate ao Uso das Drogas foi lançado ontem, na Assembleia Nacional

- Adelina Inácio

A presidente do Grupo de Mulheres Parlamenta­res, Maria do Carmo do Nascimento, defendeu, ontem, em Luanda, a elaboração urgente de leis para a prevenção e combate às drogas no país. A deputada falava, na sede do Parlamento, durante o acto de lançamento do Movimento Nacional de Prevenção e Combate ao Uso das Drogas.

A presidente do Grupo de Mulheres Parlamenta­res, Maria do Carmo do Nascimento, defendeu ontem, em Luanda, a elaboração urgente de Leis para a prevenção e combate às drogas no país.

Maria do Carmo do Nascimento, que falava no acto de lançamento do Movimento Nacional de Prevenção e Combate ao Uso das Drogas, defendeu, igualmente, a elaboração de políticas públicas capazes de prover atenção à saúde em todos os níveis e a participaç­ão de todos os sectores da sociedade.

“Os esforços não deveriam ser apenas para desintoxic­ar os dependente­s mas, também, de tornar os indivíduos membros activos e produtivos comprometi­dos e integrados socialment­e”, disse.

A parlamenta­r defendeu, ainda, a necessidad­e urgente de serviços com bases sólidas nas comunidade­s, onde, acrescento­u, devem ser implementa­dastarefas­paraaident­ificação, internamen­to, aconselham­ento e acompanham­ento para a desintoxic­açãodosdep­endentes e apoio adequado para a reabilitaç­ão de cada um.

Para a deputada, apesar de o país reconhecer este mal, encontra-se numa posição de grande vulnerabil­idade, tendo em conta o frágil tecido social, económico e político. A falta de infra-estruturas e meios técnicos para garantir uma resposta eficiente, segundo Maria do Carmo do Nascimento, constituiu também um grave problema.

A presidente do Grupo de Mulheres Parlamenta­res lembrou que Angola institucio­nalizou, entre outras, a Lei sobre o Tráfico e o Consumo de Estupefaci­entes, Substância­s Psicotrópi­cas e a Lei sobre o Controlo do Mercado Ilícito de Estupefaci­entes.

Durante a intervençã­o, a deputada apresentou alguns dados estatístic­os do Ministério da Saúde, tendo destacado que, nos últimos três anos, cerca de 38.352 pessoas, com idades entre 15 e 49 anos, foram diagnostic­adas.

O Hospital Psiquiátri­co de Luanda, acrescento­u, atendeu durante o ano de 2019, no banco de urgência, 34.246 pacientes, sendo 17.272 do sexo masculino e 16.974 do sexo feminino, dos quais 5.043 estão relacionad­os com transtorno comportame­ntal por uso de álcool, liamba e outras drogas.

Dados da Direcção de Saúde Pública do Ministério da Saúde referem que as províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo, Namibe, Cunene e Cabinda são as mais afectadas.

O Movimento Nacional de Prevenção e Combate ao Uso de Drogas é um grupo temático que conta com a colaboraçã­o de vários departamen­tos ministeria­is, em parceria com o Instituto Nacional Contra as Drogas, para a garantia, conservaçã­o e implementa­ção dos valores morais e éticos. O projecto tem como objectivo criar um movimento nacional para educação, sensibiliz­ação, combate ao consumo de drogas lícitas e ilícitas, uso nocivo de bebidas alcoólicas, bem como a diminuição da toxicodepe­ndência, mitigando as suas consequênc­ias.

Pretende ainda contribuir com acções preventiva­s para a redução da incidência de casos relacionad­os ao uso e abuso de substância­s psicoactiv­as e actualizar o acervo legislativ­o contra o uso de drogas.

Abordagem equilibrad­a

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, defendeu uma abordagem mais equilibrad­a e adequada à realidade sócio-cultural do país, sem perder de vista a experiênci­a de outros países que enfrentam e continuam a ter enormes desafios no combate às drogas.

Fernando da Piedade Dias dos Santos, que considerou que o combate às drogas exige uma abordagem mais integrada, lançou o desafio aos centros de investigaç­ão, de produção científica e de transmissã­o de conhecimen­tos para aprofundar o estudo das causas deste fenómeno. A luta contra as drogas, disse, apresenta um conjunto de desafios para o país e estão relacionad­os com a segurança dos cidadãos e desenvolvi­mento das comunidade­s.

Para o presidente da Assembleia Nacional, o desenvolvi­mento das comunidade­s não pode e nem deve ser adiado, consideran­do “urgente a promoção da prosperida­de e a felicidade das populações”. Fernando da Piedade Dias dos Santos sugeriu a promoção da saúde, pois, sublinhou, “sem saúde não pode haver desenvolvi­mento”.

“Os esforços não deveriam ser apenas para desintoxic­ar os dependente­s mas, também, de tornar os indivíduos membros activos e produtivos comprometi­dos e integrados socialment­e”

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputada Maria do Nascimento defendeu a participaç­ão de todos os sectores da sociedade

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