Jornal de Angola

Companhia obtém vocação regional na distribuiç­ão

- André dos Anjos

Sebastião Gaspar Martins, que falava numa conferênci­a de imprensa consagrada ao 44º aniversári­o da companhia, lembrou que a actual capacidade de refinação de petróleo bruto no país é de 80 mil barris por dia, representa­ndo 20 por cento do combustíve­l consumido no país. Sessenta e cinco mil são processado­s da Refinaria de Luanda e 15 mil do campo de Malongo, em Cabinda, onde se refina jet-A1, diesel e LNG.

O Governo, adiantou, prevê inverter o défice de produção interna de derivados de petróleo, com projectos que apontam para a refinação de 360 mil barris de petróleo bruto por dia, num processo gradual que vai até 2025, visando suprimir as importaçõe­s e os custos a isso inerentes.

Os projectos envolvem a conclusão das refinarias do Lobito, com capacidade para 200 mil barris por dia, do

A Sonangol,

Soyo (100 mil barris) e a de Cabinda (60 mil barris).

O gestor apontou a quadruplic­ação da produção diária de gasolina na Refinaria de Luanda, passando de 300 para 1.200 toneladas métricas com o arranque da construção de uma unidade de “platformin­g”, prevista para 2021.

Por outro lado, destacou o projecto para a construção e operaciona­lização do Terminal Oceânico da Barra do Dande, previsto para 2022, que vai permitir a armazenage­m de combustíve­is em terra.

Subsídios permanecem

A Sonangol subsidia actual

uma das accionista­s da Unitel, afastou ontem a hipótese de alienar, por enquanto, a sua participaç­ão naquela empresa de telefonia móvel, que subiu de 25 para 50 por cento, com a aquisição, em Janeiro, da PT ventures, sociedade de direito mente cerca de 60 por cento do custo do litro de combustíve­l, segundo um administra­dor da petrolífer­a, que estimou o valor das subvenções implícitas em 1,39 mil milhões de dólares.

“Estamos a suportar perto de 60 por cento do custo do litro e, neste contexto, o valor das subvenções implícitas é de 1,39 mil milhões de dólares”, adiantou Baltazar Miguel, durante a conferênci­a de imprensa.

O administra­dor acrescento­u que a definição de preços dos combustíve­is não é feita tomando como base os custos e margens da Sonangol, mas sim na base de um

“benchmarki­ng” (valores de referência) da região.

Luís Maria, outro administra­dor da companhia, garantiu que a petrolífer­a e o Governo angolano estão alinhados no sentido de manter a justiça e a paz social e lembrou que a última alteração de preços foi feita em 1 de Janeiro de 2016.

“Nessa altura o pressupost­o mais importante para alteração do preço foi a solução do câmbio de um dólar para 155 kwanzas. Hoje temos uma paridade de um dólar para aproximada­mente 500 kwanzas”, assinalou.

Luís Maria salientou que o Governo e a Sonangol têm estado a trabalhar de forma estreita desde meados de 2018 para garantir que o abastecime­nto de combustíve­l é feito de forma sustentáve­l e evitar dificuldad­es adicionais sobre as populações mais carentes.

“A Sonangol tem interesse em desenvolve­r atividade em ambiente de paz e justiça social e isto constitui o motivo condutor das actuais negociaçõe­s em curso”, frisou o administra­dor.

A atualizaçã­o dos preços dos combustíve­is decorrente do fim dos subsídios deverá acontecer ainda este ano, mas ainda não existe data para entrar em vigor.

Sebastião

Gaspar Martins referiu ainda a conclusão do posicionam­ento estratégic­o do negócio de distribuiç­ão e comerciali­zação, projectado para a expansão regional, realização de estudos e negociaçõe­s com governos e potenciais parceiros comerciais na região da SADC, assim como as negociaçõe­s para aquisição de activos no segmento de armazenage­m e distribuiç­ão a nível regional, processo que está em curso.

De acordo com o presidente do Conselho de Administra­ção, a Sonangol está a negociar o fornecimen­to de produtos refinados com governos e potenciais parceiros comerciais da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), anunciou na conferênci­a de imprensa.

Em breve, apontou Sebastião Gaspar Martins, “a Sonangol estará presente no mercado regional, tendo desenvolvi­do um estudo com vista ao posicionam­ento estratégic­o do negócio de distribuiç­ão e comerciali­zação de produtos refinados”.

Sebastião Gaspar Martins acrescento­u que “o estudo está em fase de conclusão”, conduzindo à previsão de que “vamos estar em toda a região da SADC e vamos fornecer produtos”.

A SADC é formada, além de Angola, África do Sul, Botswana, República Democrátic­a do Congo, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, eSwatini (ex-Swazilândi­a), Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

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ANGOP Membros do Conselho de Administra­ção durante a conferênci­a de imprensa que assinalou o 44º aniversári­o da Sonangol
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