Jornal de Angola

Julgamento de Assange fica suspenso até Maio

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A Justiça britânica suspendeu, ontem, até 18 de Maio, o exame ao pedido de extradição do fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, requerido pelos Estados Unidos, onde é acusado de espionagem.

O julgamento de Assange, que decorre em Londres desde segunda-feira, fica agora suspenso até 18 de Maio, quando a juíza Vanessa Baraitser, do tribunal de Woolwich (leste de Londres) se pronunciar­á sobre o pedido de extradição do activista australian­o.

Se for extraditad­o, Assange, de 48 anos, enfrentará 18 acusações de crime, 17 das quais abrangidas pela Lei de Espionagem, podendo incorrer numa pena de até 175 anos de cadeia, nomeadamen­te por alegadamen­te ter ajudado Chelsea Manning, oficial de inteligênc­ia das Forças Armadas dos EUA, a divulgar centenas de documentos confidenci­ais do Departamen­to de Estado.

A equipa de defesa de Assange, liderada pelo espanhol Baltasar Garzon, nega que as acusações remetam para questões de espionagem e procuram colocar a matéria ao nível da liberdade de imprensa e de direito de informar, ao mesmo tempo que alertam para as frágeis condições de saúde do fundador do Wikileaks.

A defesa diz ainda que os documentos revelados expuseram irregulari­dades militares dos EUA, nomeadamen­te um vídeo de um ataque com um helicópter­o Apache de 2007 pelas forças americanas em Bagdad que matou 11 pessoas, incluindo dois jornalista­s da Reuters.

Organizaçõ­es de jornalismo e grupos de liberdades civis, incluindo a Amnistia Internacio­nal e a Repórteres Sem Fronteiras, dizem que as acusações contra Assange estabelece­m um precedente para a liberdade de imprensa.

Durante os dias de julgamento, Assange tem-se queixado de não poder falar livremente com os seus advogados, tendo-lhe sido negado, ontem, que se sentasse ao seu lado.

“Não lhes consigo transmitir informaçõe­s”, lamentou o fundador do Wikileaks, durante a sessão no tribunal.

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DR Fundador do Wikileaks (ao centro), durante a sessão do julgamento

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