Carnaval e lixo
Luanda pode ser, no mínimo, não tão suja como habitualmente é, desde que os responsáveis para que tal aconteça queiram, como se verificou durante os festejos do Carnaval, com a recolha dos lixos de contentores públicos.
A operação “limpeza pública no Carnaval”, chamemos-lhe assim, não foi tão abrangente como o desejável, mas, pelo menos, amenizou o ambiente onde ela decorreu e demonstrou - o que não é menos importante - que, para já, parte dos luandenses pode ter o diaa-dia menos exposto a doenças evitáveis e ser possível alargar o leque de “beneficiados”. Assim queira quem pode e não se acomode à sombra de eventuais elogios pelo cumprimento de obrigações para não termos de esperar pelo próximo
Entrudo ou por qualquer acontecimento, com a presença de individualidades de vulto, como o Presidente da República, para se procurar “tapar o sol com a peneira”, como ocorreu por mais do que uma vez. Esperemos que não.
Mas, se a esperança faz aguardar a chegada de melhores dias, a espera, quando longa, desalenta e o cidadão comum está cansado de esperar por tanta coisa que, a dada altura, lhe criou expectativas, afinal infundadas, a par de anúncios, que não passaram de palavras vazias, o que o levou a seguir o exemplo de São Tomé: ver para crer.
Até lá, inventa estórias, ri-se de si próprio, da vida que o obrigam a ter. Há, até, quem parodie e diga, entre gargalhada sonora, que a iniciativa recente de tornar parte de Luanda menos suja foi “brincadeira de Carnaval”