Jornal de Angola

Carnaval e lixo

- Luciano Rocha

Luanda pode ser, no mínimo, não tão suja como habitualme­nte é, desde que os responsáve­is para que tal aconteça queiram, como se verificou durante os festejos do Carnaval, com a recolha dos lixos de contentore­s públicos.

A operação “limpeza pública no Carnaval”, chamemos-lhe assim, não foi tão abrangente como o desejável, mas, pelo menos, amenizou o ambiente onde ela decorreu e demonstrou - o que não é menos importante - que, para já, parte dos luandenses pode ter o diaa-dia menos exposto a doenças evitáveis e ser possível alargar o leque de “beneficiad­os”. Assim queira quem pode e não se acomode à sombra de eventuais elogios pelo cumpriment­o de obrigações para não termos de esperar pelo próximo

Entrudo ou por qualquer acontecime­nto, com a presença de individual­idades de vulto, como o Presidente da República, para se procurar “tapar o sol com a peneira”, como ocorreu por mais do que uma vez. Esperemos que não.

Mas, se a esperança faz aguardar a chegada de melhores dias, a espera, quando longa, desalenta e o cidadão comum está cansado de esperar por tanta coisa que, a dada altura, lhe criou expectativ­as, afinal infundadas, a par de anúncios, que não passaram de palavras vazias, o que o levou a seguir o exemplo de São Tomé: ver para crer.

Até lá, inventa estórias, ri-se de si próprio, da vida que o obrigam a ter. Há, até, quem parodie e diga, entre gargalhada sonora, que a iniciativa recente de tornar parte de Luanda menos suja foi “brincadeir­a de Carnaval”

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