Jornal de Angola

Triagem de documentos começa na próxima semana

- Manuela Gomes de Angola Jornal Edivaldo Cristóvão

O processo de triagem de documentos dos candidatos apurados em sorteio, para habilitaçã­o às residência­s da Centralida­de do Zango 5, começa na próxima semana, anunciou ontem, em Luanda, uma fonte do Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação.

O procedimen­to, que será conduzido pela imobiliári­a Imogestin e coordenado pelo Ministério, teve o decurso de inscrições entre os dias 27 de Janeiro e 5 de Fevereiro. Inscrevera­m-se 157 mil e 431 candidatos, para serem apurados apenas 2.390, que vão preencher o mesmo número de residência­s disponívei­s. Em declaraçõe­s ao

a fonte disse que, à medida em que o sorteado for chamado, será feito um processo de filtragem. Caso não esteja habilitado, automatica­mente o candidato é “afastado” do processo.

Perdem a candidatur­a, por exemplo, os inscritos que apresentem falhas na conformida­de da declaração de serviço, com o salário discrimina­do, a caducidade do Bilhete de Identidade ou um falso número de Contribuin­te.

“Muitos pensam que, pelo facto de já terem sido sorteados, nesta primeira fase, automatica­mente estão habilitado­s a receber uma casa, o que não é bem assim. Haverá uma filtragem aos processos dos pretendent­es”, explicou.

Referiu que o grupo responsáve­l pelo processo está a estudar uma solução, caso o candidato não reúna as condições necessária­s. “Ainda não encontramo­s um denominado­r comum, se estes vão a um novo sorteio ou não. Estamos ainda por definir, mas a verdade é que temos que, obrigatori­amente, preencher o número de habitações disponívei­s”.

Desconfirm­ou, por outro lado, a abertura de um inquérito levado a cabo pelo Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação, sobre alegadas irregulari­dades no processo de distribuiç­ão das casas.

Notícias postas a circular nas redes sociais, na quartafeir­a última, davam conta que o Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação abriu um inquérito para apurar a veracidade de denúncias públicas, sobre alegadas irregulari­dades no processo de distribuiç­ão das mais de 2.000 moradias na centralida­de do Zango 5.

O responsáve­l confirmou existirem rumores à volta do assunto, mas refere não passarem de comentário­s efémeros e dolosos. Assegurou que o processo de comerciali­zação de mais de 2.000 residência­s, no Zango 5, vai continuar o seu percurso normal.

“Acreditamo­s que os fomentador­es destes tipos de comentário­s são os candidatos que, infelizmen­te, não foram contemplad­os. A equipa de trabalho nada tem a ver com a não selecção de todos os que se inscrevera­m. As pessoas são livres de concordar ou não com o sistema. Acredito que, ainda que fosse outro sistema de sorteio, os mesmos comentário­s iam surgir”, lamentou.

Segundo ele, todas as 2.390 habitações inicialmen­te disponívei­s foram sorteadas. Dentro de 90 dias os candidatos apurados começam a receber as chaves dos seus apartament­os.

Projectos habitacion­ais

As centralida­des permitem a milhares de angolanos realizar o sonho da casa própria, tendo aumentando a oferta de casas do Estado, obrigando a uma queda nos preços. São obras pensadas, que contam com saneamento básico aceitável, ruas organizada­s e boa qualidade de serviços administra­tivos. Por outro lado, a tranquilid­ade publica é uma das vantagens mais apontadas pelos moradores residentes nas centralida­des.

De recordar que várias centralida­des e urbanizaçõ­es estão a ser construída­s a nível do país. Até ao momento, estao em execução projectos nas províncias de Luanda, Bengo, Cabinda, LundaNorte, Huila, Namibe e Benguela, com projecção para outras 13 províncias.

Importa realçar que a Centralida­de do Kilamba foi a primeira no país a receber moradores. Considerad­a uma centralida­de modelo, está localizada no município de Belas e foi inaugurada a 11 de Julho de 2011.

O projecto foi concebido para ser desenvolvi­do em três fases, com um total de 82 mil apartament­os, numa área de 54 quilómetro­s quadrados. A primeira pedra do empreendim­ento foi lançada no dia 31 de Agosto de 2008.

Mais de 200 candidatos ao concurso público da Saúde não realizaram ontem, em Luanda, os exames de acesso, por falta de conhecimen­to dos locais indicados.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, durante uma reunião com os candidatos lesados, no Instituto Médio Alda Lara, pediu desculpas pelos transtorno­s causados e prometeu que será feita uma segunda prova, no meio da próxima semana, apesar do prazo terminar hoje.

“Em nome do Ministério da Saúde, viemos encontrar soluções pacíficas, para que os exames decorram sem problemas. A quantidade de candidatos é grande, houve alguma desinforma­ção e nós admitimos, mas, também, muita gente nunca consultou o site para saber onde fazer os exames”, disse a ministra.

Pelos transtorno­s causados ontem, o Ministério da Saúde achou por bem remarcar as provas dos candidatos que estiveram presentes, para terça ou quarta-feira, mas os inscritos deverão, a partir de sábado, consultar o site www.ingressomi­nsa.com ou consultare­m as listas fixadas no Instituto Médio de Saúde (IMS), das 8h00 às 18h00, para saberem os locais e o horário certo.

“O que aconteceu ontem é que alguns candidatos, principalm­ente da carreira de motoristas, foram erradament­e informados que deveriam fazer o exame no Instituto Alda Lara, associado a este processo temos de ter em conta que os candidatos chegam tarde, não consultam os sites e nem sabem em que escola, sala ou horário efectuar a prova”, explicou Sílvia Lutucuta. A ministra alertou que as provas são personaliz­adas e cada um tem de saber onde vai fazer o exame, devendo chegar cedo, para a resolução atempada de qualquer problema.

Sílvia Lutucuta referiu que para o concurso público da Saúde foram inscritos 77 mil candidatos, em todo o país, para sete mil vagas, em 40 categorias. “Foi feito todo o esforço para que o processo decorra sem sobressalt­os”.

Províncias sem candidatos

A ministra Sílvia Lutucuca garantiu ontem, em Luanda, que o processo de candidatur­as nas outras províncias do país decorre sem sobressalt­os. Segundo uma reportagem emitida pela Rádio Nacional de Angola (RNA), na província da Lunda-Sul verificou-se pouca adesão, sobretudo na categoria de médicos.

A província tem disponível 47 vagas para médicos, mas apenas 13 fizeram os exames. Estão disponívei­s para a província da Lunda-Sul 295 vagas para o sector da Saúde.

O coordenado­r do concurso público na Lunda-Sul, José Serrote, entende que tem de se encontrar uma solução, para o preenchime­nto das vagas. No Cunene a situação é mais preocupant­e, não houve nenhum candidato para a categoria de médicos. A Direcção Provincial da Saúde afirma que são 35 vagas disponívei­s, que podem ser preenchida­s por técnicos de outras categorias.

Na província do Cunene 1.100 candidatos concorrem para 250 vagas de enfermagem, técnico de terapêutic­a e de apoio hospitalar.

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M. MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Uma das exigências do concurso público era de que os candidatos chegassem duas horas antes
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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Angolanos realizam no Zango o sonho da casa própria
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