Tripulação infectada com novo coronavírus
Mais de 10 por cento dos 4.800 membros da tripulação do porta-aviões americano “Theodore Roosevelt” testaram positivo à Covid-19, afirmou um porta-voz da Marinha dos Estados Unidos. “Noventa e dois por cento da tripulação do ‘Theodore Roosevelt’ já foi testado. Neste momento, há 550 testes positivos e 3.673 negativos”, disse à agência de notícias France-Press um porta-voz da Marinha americana. A fonte referiu que 3.696 membros da tripulação foram transferidos para hotéis ou quartéis na ilha de Guam, território insular dos Estados Unidos no Pacífico, onde o navio atracou, depois de terem sido identificados três militares infectados com o novo coronavírus. O comandante do portaaviões nuclear “Theodore Roosevelt”, Brett Crozier, foi demitido no princípio do mês, depois de ter pedido a retirada de parte significativa da tripulação devido à propagação do novo coronavírus. Posteriormente, o secretário da Marinha dos Estados Unidos, Thomas Modly, muito criticado pela forma como geriu esta crise, demitiu-se do cargo.
França
Em França, o porta-aviões Charles-de-Gaulle, com pelo menos 50 marinheiros infectados, depois de terem efectuado testes, chegou ontem a Toulon, anunciou o Governo.
Em comunicado, o Ministério do Exército explicou que o navio atravessou o Atlântico e era esperado em Toulon, Sul de França, na tarde de ontem, sendo que as tripulações do portaaviões, o grupo aéreo de bordo (helicópteros, aviões de vigilância Hawkeye e Rafale) e a fragata Chevalier Paul que os acompanhava, ficarão confinados por 14 dias “em recintos militares antes de chegarem a suas casas”.
O Governo havia indicado, na quarta-feira, que o porta-aviões Charles-deGaulle tinha antecipado o regresso a França, após a descoberta, a bordo, de vários casos suspeitos de infeção pelo coronavírus.
“As capacidades de acomodação e alimentação serão implementadas nas bases aéreas e navais, para garantir a melhor recepção aos marinheiros na quarentena”, afirmou a tutela.
A tripulação será testada antes de os marinheiros regressarem às casas e o navio e aeronaves serão desinfectados “para permitir que recuperem toda a sua capacidade operacional o mais rápido possível”.
A origem da contaminação do navio ainda não é conhecida, considerando que não houve contacto com nenhum elemento exterior desde uma escala em Brest (França), em 15 de Março.
O navio estava em missão desde 21 de Janeiro e passou várias semanas no Mar Mediterrâneo como parte da Operação Chammal, tendo, posteriormente, atravessado o Mar do Norte e o Oceano Atlântico em “operações para proteger e defender as abordagens marítimas europeias”.
O Ministério do Exército francês assegurou, em comunicado que, nesta missão de quase três meses, “os objectivos propostos pelo Governo francês foram todos alcançados”.