Promotor Sandro Carvalho preocupado com o futuro
Incógnita face à Covid-19 leva organização a cogitar vários cenários para a presente época na modalidade
O coordenador e promotor do torneio de triatlo “Troféu Cayatte XXL 2020”, Sandro Carvalho, mostra-se preocupado com o que vai acontecer após o levantamento do Estado de Emergência, face à pandemia da Covid-19, que paralisou as actividades desportivas em escala nacional e planetária. Em declarações ao Jornal de Angola, Carvalho questiona até que ponto haverá ou não condições para ajuntamentos de pessoas e se as autoridades sanitárias, por uma questão de prevenção, vão optar por manter suspensas todos os eventos desportivos.
“Resta saber se as autoridades governamentais vão autorizar de imediato a realização destes eventos, dentro do plano de contingência, com apenas 50 pessoas, por exemplo. Ma se contarmos com as pessoas da organização, o limite é ultrapassado. Muita coisa terá que ser repensada porque o bem vida se sobrepõe a qualquer interesse”, analisou.
O empresário interroga igualmente se os atletas, na condição de intervenientes directos, vão estar dispostos a competir sem receios. Antigo motociclista, Sandro Carvalho, considera que a paragem forçada vai obrigar a refazer os calendários da presente época, uma vez que os participantes estão também envolvidos em campeonatos distintos, como as provas de ciclismo de estrada e BTT (Bicicleta Todo Terreno).
“Estas preocupações levam-nos a uma incógnita: no caso particular do triatlo, não sabemos até que ponto vamos aguardar por melhorias ou vai optar-se por cancelar a presente época e começarmos já a projectar a próxima. Fala-se que até 2021 os resultados das vacinas já serão conhecidos e fazemos todos votos que sim”, argumentou.
Na eventualidade do Estado de Emergência vir a estender-se para além de 30 dias, o antigo motociclista cogita a realização de provas e treinos virtuais, a exemplo do que acontece com os pilotos da Formula 1 e da Moto GP. Por outro lado, reconheceu que nem todos têm meios técnicos para o efeito, mas vêem a solução como uma saída para minimizar os efeitos da paragem.
Questionado sobre a possibilidade de perder o apoio daqueles que tornam possível a realização desta disciplina (patrocinadores e parceiros), Carvalho aventou a hipótese de um corte face aos prejuízos financeiros que a pandemia do coronavírus vai provocar à economia mundial.
Das quatro provas previstas no calendário deste ano, a primeira foi realizada a 15 de Março, na Ilha do
Cabo, em Luanda. Em masculino venceu o português Luís Nunes, seguido pelo brasileiro Caio Anteghini e pelo britânico Paul Froydenlund, respectivamente no segundo e terceiro lugares.
Em feminino, a vitória sorriu para a brasileira Sousa, secundada pela compatriota Isis Vasconcelos, ao passo que a britânica Catriona Froydenlund ocupou o último lugar do pódio.
Triatlo é uma palavra grega que designa um evento atlético composto por três modalidades. Actualmente, o nome é, em geral, aplicado a uma combinação de natação, ciclismo e de corrida, nesta ordem, e sem interrupção entre as modalidades.
Várias publicações confirmam que a vertente moderna surgiu nos Estados Unidos (Califórnia, cidade de San Diego), por via do “Track Club”, na década de 1970. A primeira grande competição, entretanto, foi o “triatlo homem de ferro” , organizado em 1978 no Havaí.
Naquela ocasião, a prova foi organizada com o objectivo de esclarecer qual dos atletas (nadador, ciclista ou corredor) tinha a melhor condição física, que possuía a maior resistência. Era uma competição genuinamente individual, na qual não era permitida interacções entre alguns competidores que viessem a prejudicar os demais.
Chamoleia adapta treino
O velocista angolano, José Chamoleia, da classe T11 (deficiente visual total), criou meios para treinar em casa. Em declarações ao Jornal de Angola, Chamoleia disse que teve de se adaptar às circunstâncias face à pandemia de Covid-19, que assola o país e o Mundo. “Viajei do Huambo para Luanda e encontrei uma casa em Viana, junto do meu guia, Nicolau Palanca. Elaboramos um plano de treinos, de segunda a sábado”,revelou. O atleta que aspira chegar aos Jogos Paralímpicos de
Tóquio, em 2021, contou como tem realizado os treinos para manter a forma.
“Faço estiramento, ABC (exercícios de aquecimento), flexões de braço e reforço muscular (abdominais)”, revelou. Chamoleia contou ainda que precisa de um tapete-rolante e de uma máquina de musculação.
“Peço aos patrocinadores que se predisponham a oferecerme um tapete-rolante e uma máquina de musculação. Estou mesmo a precisar!”, pediu.