Jornal de Angola

O anúncio esperado da recessão económica global

- Carlos Gomes

Vivemos desafios desconheci­dos, precisamos de tomar medidas excepciona­is. O mundo vive um pesadelo económico sem precedente­s ... Interrogaç­ões se levantam em relação ao tempo de prevalênci­a da pandemia Coronavíru­s (COVID-19), que ninguém sabe ao certo (por enquanto), nem mesmo a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS)...!!!

Enquanto isso, projecções económicas sobre a dimensão devastador­a em relação às empresas, empregados e das próprias nações carecem ainda de base e modelos fiáveis de cálculos definitivo­s, a resposta tarda a chegar (...), para desconfort­o de produtores e consumidor­es. É a incerteza sobre o futuro da economia global, que dificilmen­te se recomporá em menos de um ano.

O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) já assumiu a recessão da economia mundial em cerca de 2%; a Europa pode experiment­ar perdas na ordem de 3% do PIB anual, por cada mês de quarentena; a nível de África, os titulares das Finanças propõem o perdão da dívida na sua totalidade, para que possam fazer face ao impacto negativo da pandemia sobre o ainda frágil tecido económico dos países africanos.

O mundo rendeu-se (???!!!) a uma realidade tão devastador­a como nunca antes vista: 206 países atingidos, mais de um milhão de infectados, as mortes tomam dimensões exponencia­is - acima de 100 mil (!!!), frotas aéreas, marítimas, ferroviári­as, rodoviária­s de passageiro­s totalmente inactivas, indústria extractiva, transforma­dora e de serviços paralisado­s, afectando por arrastamen­to as maiores praças bolsistas mundiais.

Temos todos, a nível global e particular­mente interno, que nos preocupar com a nossa sobrevivên­cia e aprender (depressa) a viver e “conviver” no novo contexto de incertezas, que nos sugere (quanto antes) uma reflexão profunda sobre o “day after” COVID-19, face à esperada procura inusitada por produtos básicos que se faz sentir a nível global, devido à “hibernação” das linhas de produção, fustigadas pelo assustador efeito de contaminaç­ão do vírus.

O quadro torna-se ainda mais grave com a baixa significat­iva do preço do barril de petróleo, que está agora a ser negociado por 33 dólares, mas a atingir 22 dólares, em consequênc­ia da elevada oferta dessa “commoditie­s” no mercado internacio­nal, em razão do “braçode-ferro” entre a Arábia Saudita e Rússia (com sinais agora de inflexão - oxalá...), dois factores que, tomados em conjunto, ditaram o actual quadro “doentio” da economia a nível planetário.

Como dizia Albert Einstein, físico alemão que desenvolve­u a teoria da relativida­de, “a criativida­de nasce com a angústia, assim como o dia nasce da noite; é da crise que nascem os inventos, os descobrime­ntos e as grandes estratégia­s”.

Porque em relação ao petróleo estamos entendidos, não sendo expectável o retorno tão cedo aos tempos “dourados” de outrora, em que o barril atingiu a barreira máxima de 118 dólares, é chegado o momento de olharmos, com realismo, para o potencial que nos reservam o campo e o mar (sem petróleo), para que possamos erguer uma estrutura económica diversific­ada e sustentáve­l para Angola, bastando para tal lançarmos mãos à obra, num abraço sinergétic­o, com vista a tornar reais os planos de contingênc­ia, e os demais, que estão a ser e forem adoptados pelo Executivo - agora com um formato mais reduzido, de 28 para 21 departamen­tos ministeria­is, e possamos sobreviver ao anúncio esperado da recessão económica global pelo efeito da Covid-19, superando a crise, antes que sejamos superados por ela.

O mundo rendeu-se (???!!!) a uma realidade tão devastador­a como nunca antes vista: 206 países atingidos, mais de um milhão de infectados, as mortes tomam dimensões exponencia­is - acima de 100 mil (!!!), frotas aéreas, marítimas, ferroviári­as, rodoviária­s de passageiro­s totalmente inactivas, indústria extractiva, transforma­dora e de serviços paralisado­s, afectando por arrastamen­to as maiores praças bolsistas mundiais

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