Umaro Embaló pede união entre políticos
Na liderança do país, depois de ter imposto a própria tomada de posse, Umaro Embaló acaba de pedir a unidade de todas as forças guineenses e dos políticos na luta contra a pandemia, numa altura em que surgem novas críticas contra a actuação policial para
O autoproclamado Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pediu, no sábado, que o novo coronavírus não seja motivo de politização e agradeceu o apoio dos parceiros internacionais no combate à pandemia no país.
Segundo a Lusa, numa mensagem à Nação, depois de prolongar o Estado de Emergência por mais 15 dias, até 26 de Abril, o general Umaro Sissoco Embaló pediu a todos os actores guineenses para não politizarem o novo coronavírus.
"Este é o momento de fazer luta humanitária juntos, para salvar vidas humanas, e não é o momento de fazer lutas políticas", afirmou, salientando que acredita que, juntos, os guineenses vão vencer o desafio.
Umaro Sissoco Embaló exortou, também, os guineenses para continuarem a respeitar as "recomendações das autoridades sanitárias e as medidas tomadas pelo Governo para conter a propagação do vírus".
Sublinhando ter noção de que são pedidos "grandes esforços" a pessoas que vivem em "condições adversas" e foram impostas "restrições muito duras", Embaló sublinhou que elas são "necessárias para combater o perigo latente", tendo em conta as "precárias condições sanitárias do país".
Na mensagem, Umaro Sissoco Embaló agradeceu às equipas médicas, às Forças de Defesa e Segurança e à "solidariedade internacional traduzida em ajuda humanitária vinda de todos os quadrantes do mundo" através do apoio dos parceiros externos.
Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do Parlamento do país Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente. O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, o do primeiro-ministro Aristides Gomes, mantém o apoio da maioria na Assembleia Nacional guineense.
Críticas às posições do Governo
O antigo jogador do Benfica de Portugal,Lassana Camará, criticou, ontem, a actuação da Polícia da Guiné-Bissau pelas cargas sobre a população que tenta tirar das ruas no âmbito do confinamento social para evitar a propagação do novo coronavírus.
De férias em Bissau, vindo da Roménia onde joga, Lassana Camará disse, à Lusa, ter sido recentemente vítima da agressão da Polícia que queria que dormisse no Hospital Nacional Simão Mendes onde tinha estado em visita a um familiar doente.
Mais conhecido por Sana, o antigo atleta do Benfica de Portugal afirma que não aceitou, e acusa a Polícia de estar a humilhar a população, sob a alegação de a prevenir do contágio pelo novo coronavírus.
Sana disse não compreender a posição das autoridades que mandaram encerrar as igrejas e as mesquitas, mas deixaram abertos lugares como o Ministério das Finanças. “Só porque lá se faz dinheiro”, disse. Sana entende que as autoridades guineenses “querem é matar o povo à fome” e ainda repreende o comportamento dos agentes da Polícia que têm estado nas ruas a obrigarem as pessoas a ficarem dentro das casas.
Lassana Camará disse ter visto a Polícia a roubar motorizadas às pessoas que saíam do hospital, onde foram levar comida aos familiares doentes. “Dizem que estão a caçar o vírus, mas será que a Polícia vê o vírus”, questionou o jogador, vice-campeão mundial por Portugal, na categoria dos sub-20.
Várias pessoas denunciaram, há uma semana, abusos policiais em Bissau e em várias cidades , o que levou o secretário de Estado da Ordem Pública a pedir desculpa pelo comportamento das autoridades policiais. A Liga Guineense dos Direitos Humanos condenou o comportamento das Forças de Segurança, considerando que o Estado de Emergência não é “carta-branca” para violência contra os cidadãos.
"Este é o momento de fazer luta humanitária juntos, para salvar vidas humanas e não é o momento de fazer lutas políticas. Os guineenses vão vencer o desafio”