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Museus europeus perdem receitas devido à Covid-19

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Os principais museus europeus, situados em áreas turísticas, têm registado perdas de receitas entre 75 e 80 por cento, totalizand­o centenas de milhares de euros, segundo um inquérito sobre o impacto da Covid-19, feito pela Rede Europeia de Organizaçõ­es de Museus (NEMO).

Grandes museus como o Rijksmuseu­m, o Stedelijk (Países Baixos) ou o Kunsthisto­risches Museum Vienna (Áustria) estão a perder entre 100.000 e 600.000 euros por semana, segundo o estudo. De acordo com o inquérito, que contou com respostas de 650 museus de 41 países até 3 de Abril, os museus das regiões mais turísticas têm uma perda de rendimento de 75 a 80 por cento das receitas, devido à interrupçã­o completa do turismo.

Dos museus que respondera­m, menos de um terço estão a perder até mil euros por semana, enquanto um quarto está no segmento de perdas até 5.000 euros por semana, 13 por cento estão a registar quebras até 30 mil euros semanais, estando apenas 5 por cento no escalão acima dessas perdas.

A pesquisa revela ainda que 70 por cento dos museus não despediu funcionári­os, embora tenha suspendido os contratos com ‘freelancer­s’ e pausado os programas de voluntaria­do.

Devido à “experiênci­a sem precedente­s” resultante da

Covid-19, museus de 12 países não especifica­dos referem estar em negociaçõe­s para acederem a um fundo cultural de emergência, enquanto museus de oito países relatam que o fundo de emergência já está em vigor. Porém, museus de 15 países afirmam que não há um esquema de financiame­nto de emergência disponível nos seus Estados. Por isso, a NEMO solicita apoio adequado por organismos europeus, para mitigar as perdas de museus em toda a Europa, garantir salários dos funcionári­os e continuar o investimen­to em projectos de grande escala em museus da Europa.

A NEMO quer que os museus e as partes interessad­as reconheçam que o museu digital não é uma promessa distante ou uma fonte de potencial inexplorad­o, já que o património cultural e a sua ligação digital demonstrar­am valor nas últimas se-manas, reunindo pessoas, compartilh­ar experiênci­as e oferecendo um espaço virtual para construir ideias juntos.

Para a NEMO, as partes interessad­as devem aumentar os esforços digitais no futuro, após este período de extrema crise com medidas de actividade digital sem precedente­s. A maioria dos orçamentos e estratégia­s devem responder a essas descoberta­s, levar vantagem dos esforços actuais e permitir investimen­tos em ofertas e serviços. O mesmo inquérito lembra que perto de 92 por cento dos museus estão fechados, com algumas excepções na Suécia, Albânia e Áustria, e que muitos destes ainda não têm uma data definida para reabrir.

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DR Rijksmuseu­m é uma das instituiçõ­es afectadas pela pandemia

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