Chuva maldita!
A forte chuva que caiu ontem sobre Luanda, durante cerca de seis horas, deixou bairros inundados, casas submersas, estradas e ruas alagadas. O rasto de destruição deu-se, mormente, nas zonas construídas por cima das linhas de água e circunvizinhas das valas de drenagem.
Logo às primeiras horas da manhã, ouviu-se o pedido de socorro vindo de populares de quase todos os pontos da província, que viram as suas casas a desabarem em consequência da correnteza das águas, que arrastou consigo os electrodomésticos e mobiliários de pacatos munícipes. Os trabalhos paliativos de desassoreamento das valas de drenagem e sarjetas de Luanda deram, mais uma vez, mostras da sua ineficácia, sobretudo quando as chuvas são fortes.
Depois das chuvas, os munícipes de Talatona temeram pela queda da “ponte molhada”, recentemente edificada, devido ao grande caudal da água que acabou por inundar inúmeras casas ao redor. Além de causar estragos em vários municípios de Luanda, as chuvas deixaram famílias ao relento no bairro Vila Kiaxi, uma situação que já tem sido frequente.
Na Deolinda Rodrigues, junto à Comarca de Viana, o trânsito registou alguma lentidão nas primeiras horas da manhã, em função dos estragos causados pelas precipitações. A rua da Suave, também em Viana, ficou intransitável por causa das inúmeras bolsas de água ao longo do percurso, que tornaram os buracos invisíveis.
Na maioria das vilas dos municípios suburbanos, as viaturas pessoais e os táxis não circularam porque as ruas apresentam-se alagadas. Os moradores dos bairros Vila da Mata, Sambizanga, Cazenga, Cacuaco, entre outros, foram obrigados a colocar pedras e pedaços de blocos ao longo das ruas para poderem sair de casa. Na via expressa, no sentido Benfica-Cacuaco, observase água parada em alguns pontos do asfalto, porque as linhas de passagem das águas da chuva foram substituídas por habitações e outras infra-estruturas comerciais.
Informações vindas dos bairros do Capalanga, Sapú II, Benfica, Jardim do Éden e Zango dão conta que as chuvas provocaram grandes crateras em determinadas ruas. Elevadas quantidades de lixo e de areia foram arrastadas até às estradas, carecendo agora de um trabalho de limpeza para repor a normal circulação. Há relatos de um morto ainda por confirmar.