Guterres agradece apoio de Angola para a paz mundial
Secretário-Geral das Nações Unidas felicitou Téte António pela recente nomeação para ministro das Relações Exteriores, que, na sua óptica, vai permitir o aprofundamento da cooperação e parceria entre Angola e a ONU
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, agradeceu ao Governo angolano o “importante e oportuno apoio” ao seu apelo a “um imediato cessar-fogo global, num momento em que urge concentrar esforços no combate à pandemia da Covid-19”.
Numa mensagem de felicitações endereçada a Téte António pela recente nomeação para ministro das Relações Exteriores, o português, ao serviço da ONU, lembra que, na qualidade de observador permanente da União Africana junto das Nações Unidas, o novo chefe da diplomacia angolana “teve um papel fundamental no estreitamento dos laços entre as duas organizações”. “Esperamos continuar a contar com este apoio nas novas funções”, sublinha António Guterres.
O líder da ONU manifestou-se convicto que, sob a liderança do ministro Téte António, a “cooperação e a parceria entre as Nações Unidas e Angola continuarão a aprofundar-se”. António Guterres reiterou o apoio das Nações Unidas aos esforços do Executivo, no sentido de continuar a promover o bemestar do povo angolano.
“Desejo, ainda, aproveitar esta ocasião para expressar o meu firme apoio ao compromisso manifestado pelo Governo angolano na promoção da resolução pacífica de disputas no continente africano, inclusive através da iniciativa ‘Silenciar as armas’, da União Africana”, lê-se na mensagem.
Os líderes africanos assumiram, na última Cimeira, em Fevereiro, em Addis
Abeba, Etiópia, o compromisso de “silenciar as armas” este ano, para criar condições favoráveis ao desenvolvimento do continente.
A meta é, ainda este ano, pôr fim a todas às guerras, conflitos, violência de género e outras acções tendentes a criar instabilidade no continente, além de mecanismos para prevenção de genocídios, como parte do cumprimento da Agenda 2063, que prevê o desenvolvimento do continente em todas as áreas.
O debate sobre a necessidade de “silenciar as armas”, para criar as condições para o desenvolvimento do continente, significa, só por si, um grande avanço/evolução em termos de estratégia de pensamento ao nível de cada um dos países e da União Africana, que marca uma viragem, um contraste com o passado de cimeiras em que os Estados membros nem sempre estiveram alinhados em relação a questões fundamentais.
Felicitações do Egipto
O novo chefe da diplomacia angolana já tinha sido felicitado, há dias, pelo homólogo egípcio, que disse estar confiante que, durante o período em que Téte António estiver à frente da diplomacia angolana, os laços de amizade e cooperação entre os dois países e povos venham a fortalecer-se, para o benefício e prosperidade mútuas.
Sameh Shoukry ressaltou a sabedoria e a experiência acumulada por Téte António no sector e disse aguardar, com muita expectativa, por oportunidades para, nos próximos tempos, trabalharem juntos no incremento da cooperação entre os dois países. O embaixador de Angola no
Egipto, Nelson Cosme, informou, no mês passado, que os dois países estavam a estudar a possibilidade de acabarem com dupla tributação sobre os investimentos bilaterais. Em entrevista à cadeia televisiva egípcia Nile-TV, o diplomata angolano indicou que os dois países preparam a assinatura de um novo Acordo Geral de Cooperação, Económica, Científica e Cultural, cuja primeira versão foi rubricada há 30 anos.
Da lista das acções para o reforço da cooperação constam, igualmente, a preparação da Comissão Mista Bilateral, bem como a supressão de vistos em passaportes diplomáticos e de serviço.
Ex-secretário de Estado das Relações Exteriores, Téte António tomou posse, na semana antepassada, como ministro responsável pela diplomacia angolana, em substituição de Manuel Domingos Augusto. No acto de troca de pastas com o antecessor, Téte António apontou a diplomacia económica como dos alvos a perseguir no seu mandato.
O ministro ressaltou que a ideia é dar continuidade ao trabalho realizado, como, por exemplo, garantir a colocação de angolanos no sistema internacional e reformar o Ministério das Relações Exteriores.
António Guterres reiterou o apoio das Nações Unidas aos esforços do Executivo, no sentido de continuar a promover o bem-estar do povo angolano
O novo chefe da diplomacia angolana esclareceu que pretende-se que a diplomacia angolana assente numa casa organizada, funcional e capaz de obter resultados lá fora. Téte António admitiu tratar-se de uma tarefa que não se afigurará fácil para ele, sobretudo por estar a substituir um profissional com o perfil de Manuel Augusto e que o tem como mentor.