Aumenta o uso de máscaras feitas com panos
A utilização
de máscaras de protecção feitas de panos africanos tem estado a aumentar na cidade do Cuito, província do Bié, devido à durabilidade e reutilização. Diariamente, os alfaiates recebem mais de 15 pedidos, por cada cliente. Profissionais de saúde aconselham a lavar e a engomar as máscaras para eliminar os micróbios.
António José, alfaiate há quatro anos, conta que a grande procura de máscaras feitas de pano deve-se à durabilidade e reutilização das mesmas. “São mais duráveis e evitam fazer muitos gastos”, disse.
Por seu lado, o alfaiate José Francisco, 45 anos, disse que, desde o surgimento da Covid19, recebe diariamente mais de 15 pedidos de máscaras de pano, por cada pessoas. “As encomendas são feitas por pessoas de vários estratos sociais, que procuram economizar com a compra de máscaras duradouras”, sublinhou, acrescentando que o preço das máscaras varia de 500 a mil kwanzas, dependendo do tipo de encomenda.
A estudante universitária Evalina António, 25 anos, optou pela utilização da máscara de pano africano., por não ter condições financeiras para a compra regular de máscaras descartáveis para todos os membros da família. “As máscaras de pano africano podem ser lavadas e engomadas para a sua reutilização. Enquanto as descartáveis duram apenas duas horas”, disse.
A professora Odeth Pedro, 40 anos, afirmou que as máscaras de fabrico industrial custam 250 kwanzas e são escassas no mercado. “Cada família angolana é constituída por seis pessoas e, devido à situação financeira, fica difícil comprar máscaras industriais todos os dias”, lamentou.
Técnicos de saúde
Profissionais de saúde aplaudem a criatividade dos alfaiates na criação de máscaras feitas com panos africanos. A médica Amélia Pemba, do Centro de Saúde do Piloto, disse que a criação de máscaras de panos tem estado a ajudar muitas famílias de baixa renda. “Para o fabrico dessas máscaras de protecção é preciso saber também o tipo e a espessura do tecido a ser utilizado para não criar outros problemas de saúde”, defendeu .