Clubes deixam de votar nas eleições da FAF
Os clubes deixam de votar nas próximas eleições da Federação Angola de Futebol (FAF), previstas para Junho deste ano, mas adiadas em função da Covid-19, em função da mudança nos estatutos feitos do órgão que rege a modalidade rainha no país, de acordo com o presidente do clube tricolor, Tomás Faria.
“Em relação a nós clubes e as federações, não é verdade que nós aceitámos tudo, nós somos a minoria. Não sei se as pessoas têm noção do ajustamento que foi feito aos estatutos da FAF, penso que só darão conta no momento das eleições nesta instituição. Os clubes no estatuto anterior eram representados mais ou menos num número de cinco e as associações provínciaís são 18 e é um voto por cada associação. Depois tem a associação dos árbitros e dos treinadores. Os clubes não votam porque deixaram de ser sócios ordinários directos e passaram a ser sócios ordinários indirectos”, alertou o dirigente.
O homem forte da direcção petrolífera manifestou o seu descontentamento pelo facto de as selecções nacionais não terem receitas que vêm de fontes próprias.
“As receitas que vêm dos direitos televisivos do Girabola Zap e as receitas que vêm das inscrições dos atletas no campeonato estão no orçamento da FAF, aprovado agora em Fevereiro, o que quer dizer que 100 por cento deste valor vai sustentar os encargos com as selecções nacionais, isto não é correcto. O que seria correcto era as selecções nacionais terem receitas que vêm de fontes próprias”, sublinhou.
O presidente tricolor defendeu que enquanto não existir a Liga de Futebol a FAF podia criar uma estrutura temporária, já existente na prática, nomeadamente o Conselho Técnico Desportivo, o Conselho de Arbitragem e o Conselho de Disciplina que são órgãos que tratam dos assuntos das competições.
Em relação ao basquetebol Tomás Faria acredita que a situação é semelhante a do futebol.” Nós temos a questão da Ball Ligue este ano que por razões da Covid-19 não está a ser disputada, e aí poderá haver algum engarrafamento, mas vamos esperar por alguma decisão da FIBA, mas estamos dependentes do estado da Pandemia”, sublinhou.
Sobre a dívida contraída pela anterior direcção da FAB com o técnico norteamericano, Willian Voigt, o presidente petrolífero disse que muitas federações não respeitam os princípios de gestão básico.
“É um caso difícil falar da relação da Federação com os treinadores, aquilo que pode referir, acredito que o contrato que foi feito pela direcção anterior e estava no seu pleno mandato, e dentro disso, fez o que lhe era permitido fazer. ( .... ) O que se passa é que muitas federações não respeitam os princípios de gestão básico, ou seja, eu só tenho de fazer a contratação dentro das disponibilidades que sou capaz de ter e esse é o problema”, defendeu, fazendo referência ao relatório de contas mau produzido por aquela federação no ano passado.