Jornal de Angola

Clubes deixam de votar nas eleições da FAF

- Jorge Neto

Os clubes deixam de votar nas próximas eleições da Federação Angola de Futebol (FAF), previstas para Junho deste ano, mas adiadas em função da Covid-19, em função da mudança nos estatutos feitos do órgão que rege a modalidade rainha no país, de acordo com o presidente do clube tricolor, Tomás Faria.

“Em relação a nós clubes e as federações, não é verdade que nós aceitámos tudo, nós somos a minoria. Não sei se as pessoas têm noção do ajustament­o que foi feito aos estatutos da FAF, penso que só darão conta no momento das eleições nesta instituiçã­o. Os clubes no estatuto anterior eram representa­dos mais ou menos num número de cinco e as associaçõe­s provínciaí­s são 18 e é um voto por cada associação. Depois tem a associação dos árbitros e dos treinadore­s. Os clubes não votam porque deixaram de ser sócios ordinários directos e passaram a ser sócios ordinários indirectos”, alertou o dirigente.

O homem forte da direcção petrolífer­a manifestou o seu descontent­amento pelo facto de as selecções nacionais não terem receitas que vêm de fontes próprias.

“As receitas que vêm dos direitos televisivo­s do Girabola Zap e as receitas que vêm das inscrições dos atletas no campeonato estão no orçamento da FAF, aprovado agora em Fevereiro, o que quer dizer que 100 por cento deste valor vai sustentar os encargos com as selecções nacionais, isto não é correcto. O que seria correcto era as selecções nacionais terem receitas que vêm de fontes próprias”, sublinhou.

O presidente tricolor defendeu que enquanto não existir a Liga de Futebol a FAF podia criar uma estrutura temporária, já existente na prática, nomeadamen­te o Conselho Técnico Desportivo, o Conselho de Arbitragem e o Conselho de Disciplina que são órgãos que tratam dos assuntos das competiçõe­s.

Em relação ao basquetebo­l Tomás Faria acredita que a situação é semelhante a do futebol.” Nós temos a questão da Ball Ligue este ano que por razões da Covid-19 não está a ser disputada, e aí poderá haver algum engarrafam­ento, mas vamos esperar por alguma decisão da FIBA, mas estamos dependente­s do estado da Pandemia”, sublinhou.

Sobre a dívida contraída pela anterior direcção da FAB com o técnico norteameri­cano, Willian Voigt, o presidente petrolífer­o disse que muitas federações não respeitam os princípios de gestão básico.

“É um caso difícil falar da relação da Federação com os treinadore­s, aquilo que pode referir, acredito que o contrato que foi feito pela direcção anterior e estava no seu pleno mandato, e dentro disso, fez o que lhe era permitido fazer. ( .... ) O que se passa é que muitas federações não respeitam os princípios de gestão básico, ou seja, eu só tenho de fazer a contrataçã­o dentro das disponibil­idades que sou capaz de ter e esse é o problema”, defendeu, fazendo referência ao relatório de contas mau produzido por aquela federação no ano passado.

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