A luta continua contra a Covid-19
O coronavírus infelizmente prossegue a sua invasão ao ciclo de vida do homem. Este, por seu lado, tenta a todo custo redobrar esforços com o permanente intercâmbio de informações e, acima de tudo, o recurso a medidas preventivas, como condição sine qua non para manter a espécie em pleno século XXI. Por isso, a luta continua…
As notícias que correm o mundo, as estatísticas e quejandos dão a ver um quadro pouco abonatório. A Covid 19 chega a todos os países levando a sua carga mortífera, que não escolhe estratos sociais , sendo todos nós, por isso, vulneráveis, confinados a programas de retenção, contrariando hábitos e rotinas, como o trabalho, o lazer e modus vivendi comunitário.
O tempo é de luta contra o inimigo invisível que impende contra nós a sua vontade e domínio. O confronto, no entanto, é de todos, o que implica afastar preconceitos, sobretudo em relação a área de alcance geográfica, velocidade de actuação, condição climática e poder de destruição. Ele dá mostras que é impiedoso. A Covid19 tem de ser contida, mais a mais, quando é ponto assente que medidas preventivas, por ora, são as melhores barreiras e estão ao alcance de todos. Cumpri-las à risca é a solução.
Cá por casa, o conhecimento das peripécias do vírus é generalizado, conquanto discursos políticos e a actualização diária de dados atingem espaços recônditos, embora subsistam interrogações sobre a interiorização da informação, sobretudo sobre a que tem de ver com os cuidados a ter em atenção.
Luanda, a capital com aproximadamente 7,7 milhões de habitantes, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), é o cerne de casos positivos da pandemia e, igualmente, barómetro que nos permite avaliar o quanto andamos, sobretudo nestes dias de Estado de Emergência, que visa tão somente proteger os cidadãos, um papel inequívoco do Estado, que afinal somos todos nós.
A periferia de Luanda, por sinal o espaço mais vulnerável da urbe, o que acarreta cuidados acrescidos, confina alguns compatriotas que andam a leste das informações à disposição. Os aglomerados que deviam ser evitados, porque a proximidade facilita a contaminação, insistem em manter corpo. A “invasão” às ruas continua um atropelo, o apelo à necessidade do retiro, em algumas paragens, é simplesmente negligenciado!
O conhecimento do assunto é dado adquirido, mas alguns cidadãos da cidade grande violam regras básicas; uns porque habituados a convívios, reuniões de amigos e outros caprichos do viver
: “Caros cidadãos, facilitem o processo, fiquem em casa”; “Enquanto durar o Estado de Emergência, não saiam de casa”
em comum.
Quando interpelados, surge o berreiro: “Então vou comer o quê?”; “Vamos sentar em casa, as crianças vão comer o quê?”; “Oh mano, a minha mesa precisa de comida”. Até gente esclarecida, no seu atropelo, grita” ficar em casa é um genocídio. A população vai comer quê”. Estes são apenas alguns discurso nocivos, que infelizmente o homem da media tem que suportar por Luanda adentro.
Cacuaco, o município piscatório
O papel pedagógico da Polícia Nacional nesta parte de Luanda tem sido exemplar, com recurso a meios móveis e de exortação em massa, com um discurso gravado e reforçado com um amplificador de som para informação e dissuasão à população; apelando ao regresso às residências, dando a conhecer, pontualmente, dos perigos do deambular pelas ruas sem motivo aparente.
As mensagens de dissuasão da Polícia Nacional, via amplificador de som,são bastante elucidativos : “Caros cidadãos, facilitem o processo, fiquem em casa”; “Enquanto durar o Estado de Emergência, não saiam de casa”; “A venda desordenada na via pública está proibida”; para só citar estas.
As praias estão sem o habitual movimento frenético dos banhistas, o mesmo acontece com o encerramento dos restaurantes que preenchem o espaço balnear. Os bancos acompanham o empenho, orientando os clientes a manter distância necessária de um metro ou mais na aquisição dos seus produtos. Outra nota que salta à vista prende-se com a venda aos magotes de máscaras artesanais feitas de panos de várias cores no mercado do Quicolo.
Contudo, o fluxo de gente para o mercado de peixe “mundial” em Cacuaco é sintomático, pela procura de pescado em grande escala. Revendedores deste produto dos bairros Paraíso, Pedreira, Vidrul, Boa-Esperança, Vila Sede, Ecocampo, Belo Monte; em grande número, afluem ao mercado de peixe, conformando um aglomerado de pessoas sem precedentes.
Alguns táxistas insistem em violar recomendações sobre o número de passageiros, mas encontram a pronta resposta dos reguladores de trânsito. Em contra-mão estão igualmente os moto-taxistas que insistem em transportar passageiros contrariando as medidas de prevenção.
Mercados de ocasião, a exemplo do localizado na pedonal azul ao lado do famoso tanque de Cacuaco, são igualmente um bico de obra; com constantes correrias das vendedoras sempre que as forças de ordem marcam presença, numa demonstração musculada, que só facilita a Covid-19, o inimigo invisível que deve ser exterminado. Abaixo o Coronavírus.