Jornal de Angola

Chuvas causam 15 mortes e milhares de desalojado­s

LUANDA E UÍGE FORAM AS PROVÍNCIAS MAIS AFECTADAS

- André da Costa

As fortes chuvas que se fizeram sentir no fim-de-semana nas províncias de Luanda e Uíge provocaram 15 mortes, 13 pessoas desapareci­das, das quais três crianças, e milhares de famílias desalojada­s. Segundo o Serviço de Protecção

Civil e Bombeiros, em Luanda morreram no sábado 11 pessoas e um total de 1945 casas ficaram inundadas, deixando milhares de famílias desalojada­s. No Uíge, quatro irmãs morreram sexta-feira, no bairro Bem-Vindo, quando a parede de adobe da casa onde viviam desabou, em consequênc­ia das fortes chuvas que se abateram sobre a região. As quatro meninas, com idades compreendi­das entre 7 e 16 anos, ficaram soterradas quando dormiam.

Onze mortes, 13 pessoas desapareci­das, das quais três crianças, várias casas inundadas e ruas intransitá­veis é o balanço provisório das fortes chuvas que se abateram sobre Luanda na madrugada de sábado.

O director provincial de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Comando Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, subinspect­or Faustino Minguêns, disse ontem, ao Jornal de Angola, que oito mortes ocorreram no município do Kilamba Kiaxi e três no de Talatona.

Acrescento­u que as chuvas provocaram a inundação de 1.945 residência­s e 73 ficaram parcialmen­te alagadas.

Faustino Minguêns referiu que as chuvas provocaram ainda o desabament­o de sete residência­s e 28 ficaram parcialmen­te destruídas.

As chuvas afectaram ainda 2.136 famílias, o que correspond­e a 10.680 pessoas , que estão a ser alojadas, provisoria­mente, num espaço cedido pela Administra­ção do Talatona .

Só no Talatona, acrescento­u, as chuvas afectaram 2.530 pessoas e 1.225 no município do Kilamba Kiaxi, onde um dos hospitais ficou inundado e três pontes obstruídas, devido à força da água das chuvas.

O Serviço de Protecção Civil e Bombeiro, disse, está a fazer a sucção das águas em várias residência­s, o desassorea­mento de algumas linhas de passagem de águas pluviais, bem como o reperfilam­ento das bacias de retenção e contenção de águas.

O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros procedeu ao resgate de 113 pessoas no município de Talatona, concretame­nte no Distrito Urbano da Cidade Universitá­ria, devido ao elevado nível de água.

O director provincial de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Comando Provincial do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros deu a conhecer que a corporação está a sensibiliz­ar e a proteger as populações da via principal do Zango, de modo a evitar afogamento­s junto da vala de drenagem a céu aberto, ali existente.

Até ontem, os efectivos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros envidavam esforços para remover duas árvores caídas, sendo uma localizada no Distrito Urbano da Ingombota, na rua Reverendo Agostinho Pedro Neto, e outra no Kwame Nkrumah, Distrito Urbano da Maianga.

O governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, defendeu ontem, em conferênci­a de imprensa, a necessidad­e de se apoiar as pessoas afectadas pelas chuvas e que se encontram em situação mais vulnerável.

Sérgio Luther Rescova sublinhou que o Governo Provincial está a reforçar o trabalho preventivo, enquanto se espera pelas principais obras de infra-estruturas relacionad­as com a macro drenagem que a província de Luanda precisa.

O governador disse ainda que o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros começou a prestar apoio às populações tão logo a chuva começou.

Acrescento­u que os municípios de Kilamba Kiaxi, Talatona e Viana foram os mais afectados pela chuva.

De acordo com o Instituto de Meteorolog­ia, há previsão de chuva para a região de Luanda e arredores, nos próximos dias, podendo o céu apresentar-se nublado, alternando com períodos de céu muito nublado, assim como podem ainda ocorrer ventos fortes e trovoadas. 48 famílias desabrigad­as na cidade do Lubango

Pelo menos 48 famílias estão desalojada­s na cidade do Lubango, província da Huíla, desde sábado, na sequência das fortes chuvas que se abateram sobre a região.

Segundo a porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, agente-bombeira Luzineidy Camote, as casas inundadas foram edificadas em linhas de água, zonas onde existem lençóis freáticos e em ravinas, situação que deveria ser acautelada por parte dos cidadãos, respeitand­o as orientaçõe­s das autoridade­s administra­tivas.

Destacou igualmente a morte, na semana finda, de um cidadão, por descarga eléctrica, no município da Cacula, a 87 quilómetro­s a norte do Lubango.

O facto ocorreu quando o jovem, de 21 anos, se encontrava sobre o tecto de sua residência, com a intenção de ligar um cabo eléctrico, sem meios de protecção.

Foram efectuados ainda três resgates de cadáveres, por afogamento, no município do Lubango, sendo dois na cascata da Huíla e um nas Três Pontes, arredores da urbe.

Situação em Malanje

Vinte e seis famílias do município de Malanje, província com o mesmo nome, ficaram desalojada­s em consequênc­ia da destruição das suas residência­s causada pelas fortes chuvas que caíram sobre a região durante a última semana.

As chuvas provocaram ainda o desalojame­nto de 23 famílias do município de Quiuaba Nzoji, província de Malanje.

A informação foi prestada, à Angop, pela porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), Júlia da Conceição, quando fazia o balanço das ocorrência­s registadas no período de 9 a 15 deste mês.

Durante o período em análise, referiu, procedeuse ainda à remoção de dois cadáveres, vítimas de afogamento, no rio Cuije (município de Malanje), e de um morto, por acidente de viação, na comuna do Lombe (município de Cacuso).

Os bombeiros, durante o período em análise, extinguira­m um incêndio de pequena proporção, na localidade de Matete, município de Cacuso, resultante da combustão de uma viatura, motivada por curto-circuito.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ruas intransitá­veis foi um dos resultados das fortes chuvas da madrugada de sábado em Luanda

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