Pacientes regressam de Havana
Ao todo, 283 cidadãos, que seencontravamnuma“situação difícil” em Cuba, onde recebiam assistência médica, deixaram ontem Havana e chegam esta tarde a Luanda, no quadro dos voos humanitários autorizados excepcionalmente pelo Governo e realizados pela TAAG. Em tempo de emergência, a TAAG tem realizado, igualmente, voos humanitários domésticos de transporte de carga.
Cerca de 300 cidadãos angolanos, que se encontravam numa “situação difícil” em Cuba, onde recebiam tratamento médico, deixaram ontem Havana e chegam esta tarde a Luanda, anunciou, ontem, uma fonte da TAAG, Linhas Aéreas de Angola.
Na conferência de imprensa realizada sábado para fazer o ponto de situação sobre a pandemia da Covid-19, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, salientou que o Governo está preocupado “com os angolanos que se encontram em toda a parte do mundo e tem dado atenção especial aos angolanos que estão no exterior”.
Por isso, “será feito um voo humanitário” para Cuba, onde se encontram 283 angolanos “numa situação difícil”, anunciou, na ocasião, a ministra da Saúde.
“Estão lá há muito tempo e como já há circulação comunitária do vírus fica difícil dar assistência à distância”, justificou.
A ministra afirmou que o Governo tomou a decisão de ir buscar estes angolanos que estavam em tratamento médico e ficaram sem condições financeiras para continuar, bem como condições assistenciais.
“Cuba também precisa das suas infra-estruturas”, sublinhou Sílvia Lutucuta, indicando que os cidadãos que regressam esta tarde vão fazer quarentena institucional e terão de assinar um termo de compromisso relativo ao cumprimento do isolamento.
Em Março, foram “resgatados” outros cidadãos da África do Sul e de Portugal.
Sobre o nível de preparação de Angola para responder à pandemia, Sílvia Lutucuta referiu que existem actualmente 200 camas nos cuidados intensivos e que o objectivo é “garantir, no mínimo, 600 camas nos cuidados intensivos”.
Adiantou ainda que estão em fase de aquisição cinco mil novas camas para doentes com manifestações leves ou moderadas poderem estar internados.
Segundo Sílvia Lutucuta, além dos 200 ventiladores já instalados a nível nacional, foram adquiridos mais 380 ventiladores para ventilação invasiva e outros 300 para não invasiva.
Voos de carga
A TAAG tem realizado, igualmente, voos de carga doméstica, com destaque para a Huíla, embora esteja aberta ao transporte de mercadorias para as outras províncias do país. De acordo com o portavoz da companhia de bandeira, Carlos Vicente, durante o período de emergência, que vai até sábado, a TAAG tem realizado voos humanitários de carga aérea para Lisboa (Portugal), São Paulo (Brasil), Havana (Cuba) e África do Sul.
Para os voos internacionais são utilizados aviões Boeing 777 e para carga doméstica os Boeing 737700, sendo esta uma grande oportunidade para os empresários nacionais escoarem os seus produtos para os grandes centros de consumo.