Boris Johnson foi avisado, mas ignorou
O jornal britânico The Times publicou, ontem, um extenso artigo, no qual acusa o Governo liderado por Boris Johnson de ter ignorado uma série de avisos feitos entre o final de Janeiro e o início de Fevereiro para a gravidade da pandemia que se avizinhava.
Escreve a publicação que o Primeiro-Ministro do Reino Unido terá desperdiçado “cinco semanas fundamentais na luta para derrubar a perigosa ameaça do coronavírus, apesar de o país se encontrar num estado débil de preparação para uma pandemia”.
Um dos aspectos mais flagrantes desta alegada desvalorização da Covid-19 está relacionado com a não comparência de Boris Johnson num total de cinco reuniões de emergência convocadas pelo próprio gabinete para discutir eventuais medidas de prevenção.
A última vez que o Reino Unido levou a cabo um ensaio de combate a uma pandemia foi em 2016, e já na altura o Governo terá sido alertado para a falta de equipamentos de protecção individual para os profissionais de saúde, assim como de ventiladores.
Além disso, desde que a Covid-19 chegou ao país, em Fevereiro, foram registados “poucos progressos” na obtenção de materiais como máscaras ou batas médicas. Ao invés, desde então, foram enviados cerca de 279 mil equipamentos de protecção individual para a China.
Recuperado de uma infecção causada pelo novo coronavírus, que o obrigou a ser internado na unidade de cuidados intensivos do Hospital St. Thomas, em Londres, Boris Johnson pode regressar ao trabalho já na próxima semana.
Regresso ao trabalho
O jornal The Sun cita fonte próxima do PrimeiroMinistro do Reino Unido, que assegura que, embora tenha sido aconselhado a manter-se em repouso, a prioridade passa por liderar o plano de “reabertura” do país após 11 de Maio, dia em que termina o Estado de Emergência.
“Não me surpreenderia se ele estivesse de volta antes do final da próxima semana. Toda a gente sabe que ele é a chave na missão de vender o final das regras de confinamento aos eleitores”, começou por dizer a fonte.
“Esta é a maior decisão que ele irá alguma vez tomar, e sabe que as implicações são vastas para milhões de famílias. É impossível que ele assista a partir de fora”, acrescentou.