Criadores já beneficiam do gado vindo do Chade
Um terceiro carregamento de 1.165 cabeças chegou ontem a Luanda e prevê-se até ao final deste mês fechar-se o lote inicial de 4.500 das 13 mil previstas para o ano todo
Os criadores de gado da província do Cuanza Norte são os primeiros a beneficiar do efectivo bovino adquirido pelo Governo de Angola ao Chade.
Desde sexta-feira, um total de 700 cabeças começaram a ser entregue aos criadores daquela localidade inscritos no Ministério da Agricultura e Pescas, um processo que, ao longo dos próximos dias, deve abranger também Malanje, Uíge e Cuanza Sul.
O director-geral do Instituto dos Serviços Veterinários do Ministério da Agricultura e Pescas, Ditutala Simão, fez questão de lembrar que o processo de distribuição do efectivo bovino pelo país ocorre mediante uma comparticipação financeira de 150 mil kwanzas por cada cabeça paga pelos beneficiários, do qual são obrigados a liquidar 40 por cento (60 mil kwanzas) como sinal de entrada e as restantes em outras três prestações de 20 por cento (30 mil kwanzas) em intervalos de dois anos. O gado destina-se à reprodução, estando, por isso, proibido o abate e comercialização.
Ainda ontem, o país recebeu o terceiro carregamento de 1.165, totalizando 3,500 cabeças do primeiro lote de 4.500 previstos para até final deste mês. Outras mil chegam nos próximos dias. Para o ano todo, espera-se a chegada de 13.500 bovinos, repartidos nos trimestres subsequentes.
O programa vai em cinco anos distribuir pelo país 75 mil cabeças de bovinos, sendo que 60 por cento (45 mil) são para os empresários e os restantes 20 por cento (30 mil) ficam para as famílias de criadores.
Ainda sobre o processo de compra e venda, Ditutala Simão explicou que o criador beneficiado deve assinar um contrato com o Ministério da Agricultura e Pescas, através do Instituto dos Serviços Veterinários, onde estão vinculadas as normas requisitadas para a obtenção dos animais.
“Uma das normas existentes no contrato é o impedimento da venda dos animais a terceiros”, antes do animal ser explorado num período de quatro anos, disse.
Justifica que tal decisão deve-se ao facto de o gado ser jovem com idade máxima de dois anos, o que é uma mais-valia para o país, pois os primeiros partos serão realizados cá. Logo, quem o abater responderá perante a justiça, assegura.