Jornal de Angola

Navios podem figurar na lista negra da ONU

O relatório dos peritos do Conselho de Segurança das Nações Unidas poderá agravar a situação económica do país

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A Coreia do Norte é acusada de violar, sistematic­amente, as sanções impostas pelas Nações Unidas, nomeadamen­te exportando ilegalment­e carvão e importando petróleo, concluiu, ontem, um relatório de peritos, que recomenda a inclusão de 14 navios numa lista negra internacio­nal.

No relatório de 267 páginas revelado pela agência AP, os especialis­tas encarregad­os de controlar a aplicação das sanções à Coreia do Norte impostas pelas Nações Unidas revelam uma extensa lista de infracções de Pyongyang.

Apesar das sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, a Coreia do Norte é acusado de continuar a importar mercadoria­s proibidas, como veículos de luxo, álcool e equipament­o ligado à robótica.

A Coreia do Norte continua, ainda, a testar os programas de mísseis nucleares e balísticos, tendo sido incluídas no relatório dos peritos fotografia­s de lançadores de mísseis balísticos, instalaçõe­s nucleares e embarcaçõe­s recomendad­as para a lista negra.

De acordo com o documento, sete dos navios usados para violar as sanções estão registados na Serra Leoa. Dois têm bandeira norte-coreana, um é chinês, outro vietnamita, os restantes estão registados no Togo e nas Caraíbas.

A China é o maior parceiro comercial da Coreia do Norte e tem sido muito crítica da aplicação das sanções da ONU.

Uma foto no relatório mostra vários navios com bandeira da Coreia do Norte, carregados de carvão, ancorados perto de Lianyungan­g, China.

Também, o navio com bandeira do Vietname, o Phuong Linh 269, é suspeito de descarrega­r carvão originário da Coreia do Norte no porto chinês de Qisha em várias ocasiões.

O painel de especialis­tas garante que as exportaçõe­s de carvão da Coreia do Norte aumentaram em 2019, apesar da proibição da ONU.

Segundo estimativa­s de um Estado-membro da ONU não identifica­do, a Coreia do Norte exportou 3,7 milhões de toneladas de carvão entre Janeiro e Agosto de 2019, com um valor estimado superior a 300 milhões de euros.

Relações com os EUA

O Ministério dos Negócios Estrangeir­os emitiu, ontem, um comunicado no qual assegura que Kim Jong-un não enviou qualquer carta a Donald Trump, ao contrário daquilo que o Presidente norte-americano afirmou publicamen­te na véspera.

Donald Trump abordou, durante a conferênci­a de imprensa de análise ao ponto de situação da pandemia de Covid-19, a relação que mantinha com o país, revelando que tinha, inclusive, recebido “uma nota simpática” da parte do homólogo norte-coreano.

Algo que, no entanto, a República Popular Democrátic­a da Coreia desmente categorica­mente, aproveitan­do, ainda, para avisar Donald Trump que este assunto não poderá ser usado na esfera política para proveito próprio.

“Ele pode ter-se referido às cartas pessoais que foram trocadas no passado, não estamos certos. Mas não houve qualquer carta endereçada, recentemen­te, ao Presidente dos Estados Unidos da parte da liderança suprema da Coreia”, podia ler-se na nota, citada pela agência noticiosa Reuters.

“A relação entre os dois países não é um assunto que deva ser abordado apenas por diversão, nem deve ser mal utilizada para ir ao encontro de objectivos egoístas”, concluiu.

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DR As embarcaçõe­s norte-coreanas podem deixar de transporta­r mercadoria­s dentro e fora do país

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