Joaquim Mota defende votos de clubes nas eleições da FAF
O presidente da Associação Provincial de Futebol de Cabinda (APFC), Joaquim Mota, defendeu, ontem, que os clubes e as associações provinciais têm o direito de voto no processo de renovação de mandatos dos corpos sociais da Federação Angolana de Futebol (FAF) para o ciclo olímpico 2020/2024.
Joaquim Mota atesta que o Estatuto da FAF não retira a autoridade da Legislação Desportiva (Lei das Associações Desportivas), promulgada em 28 de Abril de 2014 pela Assembleia Nacional.
“Nenhuma outra lei sobrepõe à Lei mãe. De acordo com a Lei 6/14 de 23 de Maio das Associações Desportivas, os clubes e as APF’s votam para os órgãos sociais de uma Federação”, conta o dirigente desportivo impávido com as alterações feitas num encontro colegial da FAF.
O responsável máximo do futebol na província de Cabinda confirma a alteração ao documento regulador da instituição reitora no país.
“O Estatuto da FAF aprovado em tempos traz uma alteração. Somente as associações votam para a Federação. Os clubes votam apenas nas associações”, disse, quando questionado sobre a possibilidade das equipas não votarem no próximo sufrágio de renovação de mandatos dos corpos sociais da FAF.
O dirigente da APF de Cabinda esclareceu que o Estatuto da FAF foi alterado, durante a Assembleia-Geral Ordinária realizada em 25 de Julho de 2018, em Luanda, num ambiente de discórdia de alguns associados.
“Nós não concordámos, mas, foi validada pela vontade da maioria dos filiados que estiveram na Assembleia-Geral”, disse.
Joaquim Mota anunciou que pretende continuar à “testa” da APFC, onde cumpre o terceiro mandato, mas reconheceu que está dependente dos associados.
“Caberá aos associados decidirem sobre a nossa continuidade ou não na Associação. Os membros acham que deveríamos continuar, porque temos coisas que gostaríamos de fazer e ficou ao meio do caminho. Achamos que temos de dar continuidade ao processo iniciado sobre a adulteração de idades nos clubes”, destacou o responsável da APFC.
Questionado sobre as relações entre a Associação Provincial de Cabinda e a FAF, Joaquim Mota considerou que são normais, mas com um pensamento divergente.
“As relações são razoáveis. A Federação é o órgão máximo do futebol, obviamente, às vezes, as ideias nunca convergem e divergem sempre”, destacou.
As eleições na APF de Cabinda agendadas para 9 de Maio estão adiadas por tempo indeterminado devido à pandemia da Covid-19.
Além das equipas seniores, a APFC controla nove clubes do escalão Sub-20 e sete do Sub-17, que disputam com regularidade os campeonatos provinciais.