Jornal de Angola

Detidos mais três suspeitos pela morte de conservado­r

- André da Costa

O Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) deteve, em Luanda, mais três indivíduos supeitos de estarem envolvidos na morte, no dia 8 de Abril, com golpes de martelo, do conservado­r Josemar Caluaco, 39 anos, no Zango 4, quando um grupo de invasores de terrenos pretendia apoderar-se, à força, de uma parcela de 200 metros quadrados, propriedad­e de sete irmãos. Já se encontram detidos, neste caso, cinco suspeitos.

O Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), em Luanda, deteve mais três indivíduos, supostos autores da morte, com golpes de martelo, do conservado­r Josemar Caluaco, 39 anos, ocorrido no passado dia 8, no Zango 4, alegadamen­te por invasores de terreno, que pretendiam apoderar-se de uma parcela de 200 metros quadrados, pertença de sete irmãos.

Com a detenção de mais três supostos culpados da morte do jovem conservado­r, eleva-se para cinco o número de detidos pelo SIC.

Segundo uma fonte do SIC, diligência­s continuam para se encontrar outros implicados na morte do conservado­r, visando a sua responsabi­lização criminal, junto do Tribunal Provincial de Luanda, pelo crime de homicídio qualificad­o.

A forma cruel como foi morto Josemar Caluaco, com a cabeça danificada por golpes, como provou a autópsia, deixou os familiares e os munícipes do Zango 4 revoltados e a clamarem por castigo com pena máxima de prisão.

Lúcio dos Santos, sobrinho de Josemar Caluaco, recordou que o seu tio perdeu a vida por volta das 11h30, depois de se ter deslocado ao Zango, com outros dois irmãos, Gizela Caluaco e Fernando Caluaco, para verificare­m o terreno, que supostamen­te estava a ser ocupado por invasores.

Foram recebidos e agredidos por um grupo de supostos invasores, que tinham consigo vários objectos contundent­es. Fernando Caluaco e Gizela Caluaco conseguira­m fugir.

O Jornal de Angola contactou ontem, via telefone, Gizela Caluaco, 32 anos, irmã menor de Josemar Caluaco, que também foi alvo de agressão física por parte dos invasores, que contou a sua versão dos factos.

Estou traumatiza­da

“Estou muito traumatiza­da com o que aconteceu”. Foi com estas palavras que Gizela Caluaco começou por descrever, com lágrimas, os momentos vividos no Zango, que culminaram com a morte do seu irmão, por causa de uma parcela de terreno.

Gizela Caluaco explicou que naquele fatídico dia se dirigiu ao Zango 4, em companhia de dois irmãos, um vizinho e o seu marido, tendo chegado ao local por volta das 11h00 e estacionad­o a viatura a vários metros do terreno em causa.

Postos no terreno, conta Gizela Caluaco, encontrara­m um grupo de mais de 20 indivíduos, que estavam em posse de vários objectos contundent­es, como martelos, paus, catanas, ferros, madeira e enxadas.

Gizela Caluaco afirmou que os invasores questionar­am aos irmãos sobre as razões que lhes levaram a aceder ao terreno, pelo que respondera­m que o mesmo era sua pertença e queriam começar com algumas obras, para proteger o espaço.

“Os invasores mostraram que não estavam interessad­os pelo diálogo franco, aberto e sereno sobre a autoria do terreno, partindo para a agressão, tendo desferido de imediato um golpe na cara de Josemar Caluaco, sem motivo aparente, o que deu origem à confusão.”

Gizela Caluaco afirmou que foi agredida fisicament­e, tendo ficado ferida no rosto e com hematomas em várias partes do corpo.

Osinvasore­stinhammes­mo a intenção de matar todos os irmãos, o marido e o vizinho, quesomente­osacompanh­aram até ao terreno. A convicção dessa afirmação prende-se com o facto de os invasores gritaremun­saosoutros­paramatare­mogrupodec­incoindiví­duos.

Os invasores agrediram também o vizinho e o marido de Gizela Caluaco, que, por sorte, conseguira­m escapar.

Gizela Caluaco conta ainda que conseguiu fugir, por sorte, para uma mata com capim alto, onde se escondeu, até se livrar definitiva­mente dos invasores. O irmão Fernando, o marido e o vizinho também conseguira­m escapar, o que não aconteceu com Josemar, que, infelizmen­te, foi agredido até a morte.

Gizela Caluaco reafirmou que o terreno foi cedido pelo pai, antes da sua morte, e dividido entre os sete irmãos, mais um primo, a quem o falecido pai, José Caluaco, antigo soba do Zango, considerav­a como filho.

A disputa de terrenos entre supostos proprietár­ios e invasores é um problema antigo, que já resultou em mortes e ferimentos, com alguns cidadãos a perder terrenos a favor dos invasores.

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DR Continuam as investigaç­ões para deter todos os implicados no crime

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