Detidos mais três suspeitos pela morte de conservador
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, em Luanda, mais três indivíduos supeitos de estarem envolvidos na morte, no dia 8 de Abril, com golpes de martelo, do conservador Josemar Caluaco, 39 anos, no Zango 4, quando um grupo de invasores de terrenos pretendia apoderar-se, à força, de uma parcela de 200 metros quadrados, propriedade de sete irmãos. Já se encontram detidos, neste caso, cinco suspeitos.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC), em Luanda, deteve mais três indivíduos, supostos autores da morte, com golpes de martelo, do conservador Josemar Caluaco, 39 anos, ocorrido no passado dia 8, no Zango 4, alegadamente por invasores de terreno, que pretendiam apoderar-se de uma parcela de 200 metros quadrados, pertença de sete irmãos.
Com a detenção de mais três supostos culpados da morte do jovem conservador, eleva-se para cinco o número de detidos pelo SIC.
Segundo uma fonte do SIC, diligências continuam para se encontrar outros implicados na morte do conservador, visando a sua responsabilização criminal, junto do Tribunal Provincial de Luanda, pelo crime de homicídio qualificado.
A forma cruel como foi morto Josemar Caluaco, com a cabeça danificada por golpes, como provou a autópsia, deixou os familiares e os munícipes do Zango 4 revoltados e a clamarem por castigo com pena máxima de prisão.
Lúcio dos Santos, sobrinho de Josemar Caluaco, recordou que o seu tio perdeu a vida por volta das 11h30, depois de se ter deslocado ao Zango, com outros dois irmãos, Gizela Caluaco e Fernando Caluaco, para verificarem o terreno, que supostamente estava a ser ocupado por invasores.
Foram recebidos e agredidos por um grupo de supostos invasores, que tinham consigo vários objectos contundentes. Fernando Caluaco e Gizela Caluaco conseguiram fugir.
O Jornal de Angola contactou ontem, via telefone, Gizela Caluaco, 32 anos, irmã menor de Josemar Caluaco, que também foi alvo de agressão física por parte dos invasores, que contou a sua versão dos factos.
Estou traumatizada
“Estou muito traumatizada com o que aconteceu”. Foi com estas palavras que Gizela Caluaco começou por descrever, com lágrimas, os momentos vividos no Zango, que culminaram com a morte do seu irmão, por causa de uma parcela de terreno.
Gizela Caluaco explicou que naquele fatídico dia se dirigiu ao Zango 4, em companhia de dois irmãos, um vizinho e o seu marido, tendo chegado ao local por volta das 11h00 e estacionado a viatura a vários metros do terreno em causa.
Postos no terreno, conta Gizela Caluaco, encontraram um grupo de mais de 20 indivíduos, que estavam em posse de vários objectos contundentes, como martelos, paus, catanas, ferros, madeira e enxadas.
Gizela Caluaco afirmou que os invasores questionaram aos irmãos sobre as razões que lhes levaram a aceder ao terreno, pelo que responderam que o mesmo era sua pertença e queriam começar com algumas obras, para proteger o espaço.
“Os invasores mostraram que não estavam interessados pelo diálogo franco, aberto e sereno sobre a autoria do terreno, partindo para a agressão, tendo desferido de imediato um golpe na cara de Josemar Caluaco, sem motivo aparente, o que deu origem à confusão.”
Gizela Caluaco afirmou que foi agredida fisicamente, tendo ficado ferida no rosto e com hematomas em várias partes do corpo.
Osinvasorestinhammesmo a intenção de matar todos os irmãos, o marido e o vizinho, quesomenteosacompanharam até ao terreno. A convicção dessa afirmação prende-se com o facto de os invasores gritaremunsaosoutrosparamataremogrupodecincoindivíduos.
Os invasores agrediram também o vizinho e o marido de Gizela Caluaco, que, por sorte, conseguiram escapar.
Gizela Caluaco conta ainda que conseguiu fugir, por sorte, para uma mata com capim alto, onde se escondeu, até se livrar definitivamente dos invasores. O irmão Fernando, o marido e o vizinho também conseguiram escapar, o que não aconteceu com Josemar, que, infelizmente, foi agredido até a morte.
Gizela Caluaco reafirmou que o terreno foi cedido pelo pai, antes da sua morte, e dividido entre os sete irmãos, mais um primo, a quem o falecido pai, José Caluaco, antigo soba do Zango, considerava como filho.
A disputa de terrenos entre supostos proprietários e invasores é um problema antigo, que já resultou em mortes e ferimentos, com alguns cidadãos a perder terrenos a favor dos invasores.