Transportes põem travão aos parceiros
O desemprego dos marinheiros cadastrados na Associação Angolana dos Oficiais da Marinha Mercante, nesta fase da Covid-19, é uma possibilidade que só poderá ser superada com a rápida intervenção do Ministério dos Transportes.
A visão dos gestores desta associação profissional está focada em cenários mais drásticos, uma vez que a saída de navios por fim de contratos e não autorização para permanência (por inexistência de legislação)levamconsigopostos de trabalho de nacionais em benefício dos países vizinhos para onde decidem estacionar.
Um encontro, ontem, em Luanda,doMinistériodosTransportes com os parceiros visou assegurar-se de que não ocorram despedimentos no sector por força dos efeitos da actual pandemia.Nele,ficouacordado que as partes vão tudo fazer para que consigam demover os filiados e agentes dos seus subsectores e assegurem os empregosdoscidadãos,embora esperam, rapidamente, por respostas efectivas das promessas e compromissos manifestados pelas partes.
Neste sentido, o vice-presidente dos Oficiais da Marinha Mercante, Miguel António, sugeriu que o Governo permita a transferência dos navios estacionados no largo do Porto de Luanda para outros locais em desuso, mas capazes de receber tais unidades.
Como referência, Miguel António entende que as instalações da Ereme e da Paenal, ambas em Porto Amboím, província do Cuanza-Sul, são capazes de dar este aproveitamento e não permitir que os navios saiam do país.
“Porto Amboím tem um largo vasto e que poderia servir para o stand by dos navios. Sabemos que existem a volta de cinco plataformas ou mais que vão sair do país, com o intuito de regressarem três ou quatro meses depois. Logo, é possível as estacionarmos cá dentro e segurarmos os postos de trabalho dos nossos profissionais”, argumenta.
Estão controlados a volta de 300 técnicos. Contudo, estima-se existir no mercado angolano 250 navios a operar, representando uma capacidade de empregabilidade acima de cinco mil marítimos, dos quais 800 são cidadãos nacionais.