Votação em ambiente febril
Os malianos elegeram, no domingo, o novo Parlamento, com um reforço das medidas de higiene contra a Covid19, que juntamente com a violência jihadista e o rapto do principal opositor instalaram uma atmosfera febril naquele país, noticiou a agência AFP.
Num discurso proferido sábado à noite, o Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, prometeu que “todas as medidas necessárias em matéria de saúde e segurança seriam rigorosamente aplicadas” no domingo, o que efectivamente sucedeu, uma vez que não há casos de violência conhecidos que pudessem colocar em causa a tranquilidade do voto.
A votação decorreu em todo o país, segundo testemunhas, contactadas pela agência AFP em Bamako, capital do Mali. Os primeiros resultados provisórios são esperados no início da próxima semana.
“Numa democracia, nada ultrapassa a plena legalidade constitucional e o jogo normal das instituições”, disse, recentemente, o Presidente Keïta, numa mensagem à nação, em que apareceu com uma máscara protectora sobre o rosto.
A aposta política das autoridades é alta: renovar um Parlamento, eleito em 2013 e cujo mandato deveria terminar em 2018, e fazer progressos na aplicação do acordo de paz de Argel.
Este acordo, assinado em 2015 entre os grupos armados pró-independência e Bamako, prevê uma maior descentralização através de uma reforma constitucional que deve passar pela Assembleia. No entanto, a legitimidade do Parlamento cessante é contestada. Os malianos continuam a questionar a capacidade dos líderes para fazer sair o país da guerra e da pobreza extrema.