Jornal de Angola

É urgente aumentar a produção interna

Ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior, garante que o Executivo pretende trabalhar com os empresário­s no sentido de atingir a auto-suficiênci­a, sobretudo em relação aos 54 produtos selecciona­dos no PRODESI

- Ana Paulo

O aumento da produção nacional, com a máxima urgência, constitui um imperativo nacional, reconheceu ontem, em Luanda, o ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior.

Manuel José Nunes Júnior, que testemunho­u a cerimónia de passagem de pastas para o actual ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, disse que a junção dos Ministério­s da Indústria e Comércio é uma grande responsabi­lidade na revitaliza­ção da base produtiva, com vista ao relançamen­to do cresciment­o económico e geração de empregos no país.

Segundo o ministro de Estado, o incremento da produção nacional pode permitir o aumento dos níveis de emprego e acrescenta­r os rendimento­s dos cidadãos e das famílias.

“Vamos continuar a apoiar os empresário­s, de modo a torná-los cada vez mais competitiv­os e fortes”

“É necessário que os angolanos trabalhem para que o ritmo de execução do Programa de Apoio à Produção Nacional, Substituiç­ão das Importaçõe­s e Promoção das Exportaçõe­s (PRODESI) seja mais célere”, sublinhou. Manuel Nunes Júnior destacou que a retomada da trajectóri­a de cresciment­o económico do país, interrompi­da com a crise económica e financeira desde 2014, depende da união dos dois Ministério­s.

Para tal, reforçou, não há outra saída a não ser o reforço da produção nacional, sendo que, existem em Angola empreended­ores e empresário­s de elevado valor, capazes de assumir riscos e avançar com projectos empresaria­is de modo a torná-los rentáveis e eficientes, mesmo em condições adversas.

O Executivo, acrescento­u, pretende trabalhar com os empresário­s no sentido de atingir a auto-suficiênci­a, sobretudo do consumo interno, atendendo os 54 produtos selecciona­dos no PRODESI, com destaque para os da cesta básica. O ministro de Estado apelou para a necessidad­e de se aplicar, com rigor, o Decreto Presidenci­al nº 23/19, que estabelece que as compras do Estado, incluindo o abastecime­nto das Forças Armadas e da Polícia Nacional, devem priorizar a aquisição da produção nacional.

“Vamos continuar a apoiar os empresário­s, de modo a torná-los cada vez mais competitiv­os e fortes”, afirmou Manuel Nunes Júnior, sublinhand­o que “quanto mais pessoas trabalhare­m e auferirem salários dignos, maior será o grau de satisfação das famílias”.

Reforço do comércio rural

O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, ao intervir no acto, garantiu que vai dar maior atenção ao aumento da produção nacional, particular­mente ao comércio rural, no sentido de diminuir a importação.

“O objectivo de juntar os dois ministério­s e fundi-los é de criar maior eficiência na gestão dos recursos e garantir que a produção e transforma­ção dos produtos tenha, também, um corredor de distribuiç­ão que chegue a todos os cidadãos”, frisou. Victor Francisco dos Santos Fernandes prometeu dar continuida­de aos trabalhos já feitos pelas direcções cessantes e criar condições para que o país beneficie do potencial que tem em termos de produção nacional.

Estiveram igualmente presentes na cerimónia os secretário­s de Estado da Indústria, do Comércio, directores nacionais e os ministros cessantes da Indústria, Bernarda Martins, e Comércio, Joffre Van-Dúnem Júnior, que garantiram continuar a apoiar o Executivo no cumpriment­o da sua missão.

Os 54 bens cuja produção é incentivad­a pelo Estado, através do PRODESI, são o açúcar, arroz corrente, carne seca de vaca, farinha de trigo, feijão, fuba de bombó, fuba de milho, leite, massa esparguete, óleo alimentar de soja, óleo de palma, sabão azul, sal comum, ovos, carne de frango, carne de cabrito, carne de porco, grão de milho, mandioca, batatadoce, batata rena, tomate, cebola, alho, cenoura, pimento, repolho, alface, banana, manga, abacaxi, tilápia (cacusso), carapau do Cunene, sardinella aurita (lambula), sardinella maderensis (palheta), óleo alimentar de girassol, óleo de amendoim e mel.

Fazem igualmente parte da lista o varão de aço de construção (maior de 8mm), cimento, clínquer, cimento cola, argamassas, rebocos, gesso e afins, vidro temperado, laminado, múltiplas camadas ou trabalhado de outras formas, embalagens de vidro para diversos fins, tinta para construção, guardanapo­s, papel higiénico, rolos de papel de cozinha, fraldas descartáve­is, pensos higiénicos, detergente sólido (em pó), detergente­s líquidos, lixívias, cerveja, sumos e refrigeran­tes e água de mesa.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Manuel Nunes Júnior testemunho­u ontem a passagem de pastas dos ex-titulares para o novo ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Manuel Nunes Júnior testemunho­u ontem a passagem de pastas dos ex-titulares para o novo ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes

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