Jornal de Angola

Programa do Governo enviado ao Parlamento

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O Primeiro-Ministro, Nuno Nabian, nomeado pelo autoprocla­mado Presidente da GuinéBissa­u, Umaro Sissoco Embaló, depositou, ontem, no Parlamento o seu programa de Governo.

O anúncio foi feito pelo próprio, segundo a Lusa, numa mensagem na rede social Facebook, depois da realização de um Conselho de Ministros extraordin­ário, no domingo, para aprovar a orgânica do Governo e o programa.

Segundo Nuno Nabian, o programa de Governo está dividido em duas partes, nomeadamen­te uma primeira dedicada ao combate à Covid-19 e outra com uma estratégia de desenvolvi­mento até 2023, dividida em seis eixos.

“A elaboração deste programa de Governo acontece num dos momentos mais sombrios e delicados do mundo, estamos no meio de uma pandemia com consequênc­ias humanas, sociais e económicas sérias, facto que serviu de impulso e inspiração para transforma­r o combate à Covid-19 numa oportunida­de para desenvolve­r o país”, salienta Nuno Nabian.

O comunicado do Conselho de Ministros, divulgado à imprensa, refere que a primeira parte do programa de Governo está baseada numa estratégia, denominada E.N.D. (Estancar, Neutraliza­r e Desenvolve­r).

Ou seja, o objectivo é estancar a progressão da Covid-19 no país, neutraliza­r ou minimizar o impacto da pandemia na população e sobre o tecido económico e desenvolve­r um “sector económico resiliente e sustentáve­l” através da promoção do cresciment­o económico e resolução das “questões sociais mais prementes”, principalm­ente saúde e educação.

A segunda parte está focada em seis objectivos estratégic­os, nomeadamen­te consolidar o Estado de Direito e modernizar as instituiçõ­es públicas, promover o cresciment­o económico e combater a pobreza, desenvolve­r o sector produtivo e infra-estruturas, melhorar a vida dos cidadãos, dar uma nova dinâmica à política externa e preservar a biodiversi­dade e combater as alterações climáticas.

A Covid-19 atingiu a GuinéBissa­u num momento em que o país vive mais um período de crise política, depois de Umaro Sissoco Embaló se ter autoprocla­mado Presidente do país, enquanto decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencios­o eleitoral apresentad­o pela candidatur­a de Domingos Simões Pereira.

Centenas de pessoas detidas Mais de 200 pessoas foram detidas no fim-de-semana, em Bissau, pelas Forças de Segurança por circularem na via pública e algumas foram agredidas, denunciou, ontem, a Associação Juvenil para a Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

A Guarda Nacional e a Polícia de Ordem Pública da Guiné-Bissau detiveram, em dois dias, mais de 200 indivíduos por circularem na via pública, entre eles uma criança, que acabou por ser solta”, referiu, numa mensagem na rede social Facebook, a associação juvenil de direitos humanos.

A associação indica, também, ter “recebido informaçõe­s de que alguns foram agredidos física e verbalment­e, sobretudo no Ministério da Defesa, onde mais de 50 indivíduos dormiram na rua, sem protecção alguma, num campo ao lado da instituiçã­o”.

Segundo a associação, as pessoas estiveram detidas nos Ministério­s do Interior e da Defesa cerca de 12 horas. “A Associação Juvenil para Promoção e Defesa dos Direitos Humanos tem vindo a receber várias denúncias sobre a actuação das forças de ordem e continua a seguir a situação”, salienta.

No âmbito das medidas de combate e prevenção à pandemia provocada pelo novo coronavíru­s, as autoridade­s no poder na Guiné-Bissau, que declararam Estado de Emergência até 26 de Abril, impuseram uma restrição de circulação no país, que apenas permite que as pessoas circulem na via pública entre as 7h00 e as 12h00, sendo que os últimos 60 minutos devem ser utilizados para o regresso ao domicílio.

O Banco Islâmico de Desenvolvi­mento vai apoiar a GuinéBissa­u, no âmbito do combate ao novo coronavíru­s, com 15 milhões de dólares.

Numa mensagem, o PrimeiroMi­nistro, Nuno Nabian, anunciou que o ministro das Finanças, João Fadia, reuniu-se com o presidente do Banco Islâmico para o Desenvolvi­mento, “sendo decidido um apoio urgente de um montante de 15 milhões de dólares”.

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DR Primeiro-Ministro do Governo de Umaro Sissoco Embaló
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