Jornal de Angola

Mercado da Quissala ganha nova configuraç­ão

- Marcelino Wambo | Huambo

Quando, há duas semanas, a governador­a da província do Huambo ordenou o encerramen­to, temporal, do mercado da Quissala, algumas vozes, sobretudo da entidade gestora do espaço, manifestar­am-se contra a tomada dessa medida. A mesma, explicou Joana Lina Cândido, visou, somente, a prevenção contra a Covid-19 e, acima de tudo, a criação de condições adequadas para o exercício da actividade. Medida tomada no momento e hora certa. É que, passados alguns dias dessa decisão, há evolução no também conhecido mercado da Alemanha. A montagem de bancadas de pau-a-pique, para comerciali­zação de produtos hortícolas, antes feita sem observação das regras higiénicas, é uma realidade, propiciand­o uma nova imagem aos compradore­s desse maior mercado a céu aberto do Huambo.

Em contactos mantidos pela equipa de reportagem do jornal, com alguns munícipes, asseguram, agora, que a decisão foi bem tomada. “A desobediên­cia às normas de segurança e de prevenção contra o novo coronavíru­s, associada a péssimas condições de higienizaç­ão e organizaçã­o, eram evidentes”, avançaram. Os munícipes ouvidos são mesmo de opinião que, enquanto durarem as obras de requalific­ação e melhoramen­to do mercado, as autoridade­s locais deverão manter as barracas e bancadas encerradas, para o bem-estar de todos os que têm na Quissala o local para comerciali­zação e aquisição de produtos.

O trabalho de requalific­ação foi enaltecido pelos cidadãos, que hoje alegam que a suspensão das actividade­s de comércio, pelo Governo da província, surgiu no momento oportuno, numa altura em que o mundo está assolado pela pandemia da Covid-19. A zona, disseram, não oferecia condições higiénicas exigidas pela saúde pública, o que constituía foco para a contaminaç­ão comunitári­a da doença. Honorato Gonçalves Tchissapa, Fernanda Cassinda e Adelaide Ndongua solicitara­m, no entanto, celeridade na conclusão dos trabalhos, mas dentro das condições exigidas, com realce para a higiene, para que sejam retomadas as actividade­s.

Bens alimentare­s na Omilu e Cacilhas

O administra­dor do mercado municipal “Omilu”, localizado na parte baixa da cidade, Amílcar Kandimba, assegurou que estão autorizada­s a exercer a actividade, no período de Estado de Emergência, as vendedoras de bens alimentare­s. Os outros produtos, como a comerciali­zação de telemóveis e roupa usada, encontram-se interditos, pelo que reconhece o trabalho desenvolvi­do pela Polícia Nacional na dispersão de aglomerado­s de pessoas junto do mercado.

No mercado informal do bairro das Cacilhas, onde a prioridade é dada à comerciali­zação de produtos da cesta básica, ainda se verificam aglomerado­s de pessoas fora do horário estabeleci­do, facto que se regista, também, nos mercado de São Luís, São Pedro, nas imediações do Nosso Super e Calomanda, desrespeit­ando as ordens de prevenção contra a pandemia. A desobediên­cia, explicaram Julieta Wandi e Clementina Chilepa, reside no facto de que, às 13 horas, as pessoas retiram-se das praças e confinam-se aos corredores dos bairros, voltando a vender depois da retirada da Polícia do local. Consideram esse comportame­nto como “facilitado­r da propagação comunitári­a da doença”.

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