Mercado da Quissala ganha nova configuração
Quando, há duas semanas, a governadora da província do Huambo ordenou o encerramento, temporal, do mercado da Quissala, algumas vozes, sobretudo da entidade gestora do espaço, manifestaram-se contra a tomada dessa medida. A mesma, explicou Joana Lina Cândido, visou, somente, a prevenção contra a Covid-19 e, acima de tudo, a criação de condições adequadas para o exercício da actividade. Medida tomada no momento e hora certa. É que, passados alguns dias dessa decisão, há evolução no também conhecido mercado da Alemanha. A montagem de bancadas de pau-a-pique, para comercialização de produtos hortícolas, antes feita sem observação das regras higiénicas, é uma realidade, propiciando uma nova imagem aos compradores desse maior mercado a céu aberto do Huambo.
Em contactos mantidos pela equipa de reportagem do jornal, com alguns munícipes, asseguram, agora, que a decisão foi bem tomada. “A desobediência às normas de segurança e de prevenção contra o novo coronavírus, associada a péssimas condições de higienização e organização, eram evidentes”, avançaram. Os munícipes ouvidos são mesmo de opinião que, enquanto durarem as obras de requalificação e melhoramento do mercado, as autoridades locais deverão manter as barracas e bancadas encerradas, para o bem-estar de todos os que têm na Quissala o local para comercialização e aquisição de produtos.
O trabalho de requalificação foi enaltecido pelos cidadãos, que hoje alegam que a suspensão das actividades de comércio, pelo Governo da província, surgiu no momento oportuno, numa altura em que o mundo está assolado pela pandemia da Covid-19. A zona, disseram, não oferecia condições higiénicas exigidas pela saúde pública, o que constituía foco para a contaminação comunitária da doença. Honorato Gonçalves Tchissapa, Fernanda Cassinda e Adelaide Ndongua solicitaram, no entanto, celeridade na conclusão dos trabalhos, mas dentro das condições exigidas, com realce para a higiene, para que sejam retomadas as actividades.
Bens alimentares na Omilu e Cacilhas
O administrador do mercado municipal “Omilu”, localizado na parte baixa da cidade, Amílcar Kandimba, assegurou que estão autorizadas a exercer a actividade, no período de Estado de Emergência, as vendedoras de bens alimentares. Os outros produtos, como a comercialização de telemóveis e roupa usada, encontram-se interditos, pelo que reconhece o trabalho desenvolvido pela Polícia Nacional na dispersão de aglomerados de pessoas junto do mercado.
No mercado informal do bairro das Cacilhas, onde a prioridade é dada à comercialização de produtos da cesta básica, ainda se verificam aglomerados de pessoas fora do horário estabelecido, facto que se regista, também, nos mercado de São Luís, São Pedro, nas imediações do Nosso Super e Calomanda, desrespeitando as ordens de prevenção contra a pandemia. A desobediência, explicaram Julieta Wandi e Clementina Chilepa, reside no facto de que, às 13 horas, as pessoas retiram-se das praças e confinam-se aos corredores dos bairros, voltando a vender depois da retirada da Polícia do local. Consideram esse comportamento como “facilitador da propagação comunitária da doença”.