Angola sobe três lugares no ranking
Depois de recuperar 12 lugares na classificação relativa a 2018, o país subiu, em 2019, para o lugar 106 no que diz respeito à qualidade da liberdade de imprensa. O relatório da Organização Não-Governamental “Repórteres Sem Fronteiras” (RSF) analisa 180 países ou territórios e, no geral, indica uma ligeira tendência de melhoria.
No que diz respeito aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Cabo Verde mantém-se no 25° lugar, sem registo de ataques a jornalistas e com uma grande liberdade de imprensa. Depois, aparece a Guiné-Bissau, em 94° lugar, que desceu cinco lugares em relação a 2018. Moçambique surge em 104° lugar (perdeu uma posição). Não há registo de dados sobre São Tomé e Príncipe.
A RSF ressalva que a queda de ditadores e o fim de regimes autoritários permitiu aliviar o controlo sobre os jornalistas e cita os exemplos de Angola, Etiópia (99º, subiu 11 posições), Gâmbia (87º, melhorou c inco posições), República Democrática do Congo (150º, subiu quatro lugares), Sudão (159º, melhorou 16 posições) ou o Zimbabwe (126º, subiu um lugar).
A Eritreia, na posição 178, é o pior representante do continente africano, seguida pelo Djibouti, na posição 176, enquanto a Namíbia, na posição 23, é o país africano melhor classificado.
A organização regista “retrocessos muito significativos” em países como a Tanzânia (124°, caiu seis lugares) ou Benim (113°, caiu 17 posições). No total, 102 jornalistas foram assassinados na última década na África Subsaariana, metade dos quais na Somália, que ocupa o 163° lugar, apesar de ter feito “progressos notáveis”.
21 dos 48 países da África Subsaariana aparecem a vermelho ou a negro no mapa global (Angola surge com a cor laranja, similar a Moçambique, Quénia, Etiópia ou Brasil, Chile, Argentina, Polónia ou Ucrânia, entre outros territórios). No topo da classificação está a Noruega (pela quarta vez consecutiva), seguida pela Finlândia e da Dinamarca. Em termos de regiões, a Europa é o continente melhor classificado, com sete países nos 10 primeiros lugares, enquanto o Médio Oriente e a África do Norte são as regiões mais perigosas para exercer a profissão de jornalista.
Para a RSF, a pandemia de Covid-19 é a ocasião ideal para os Estados com menos liberdade de imprensa adoptarem “medidas impossíveis de implementar noutras ocasiões”. É o caso da China, que aparece em 177° lugar, onde uma imprensa livre “poderia ter evitado a propagação da pandemia”, alega a RSF, mas também do Irão, que ocupa a posição 173, países que “instauraram dispositivos de censura massivos”. Também a Hungria aparece na mesma situação, com o PrimeiroMinistro, Viktor Orban, a adoptar uma “lei coronavírus”, que prevê penas de até c inco anos de prisão pela difusão de falsas informações.
No último lugar, figura a Coreia do Norte, que baixou uma posição em substituição do Turquemenistão.