Jornal de Angola

Transferên­cia de competênci­as tem unanimidad­e na “Casa das leis”

- Adelina Inácio

Os deputados votaram, ontem, por unanimidad­e a Proposta de Lei da Transferên­cia de Atribuiçõe­s e Competênci­as do Estadopara­asAutarqui­asLocais. O diploma, aprovado com 188 votos, define as tarefas e responsabi­lidade a serem transferid­as, numa primeira fase, a favor das autarquias.

A proposta, de iniciativa legislativ­a do Executivo, defende que a transferên­cia de atribuiçõe­s e competênci­as para as autarquias deve ser acompanhad­a da de recursos financeiro­s, os quais são calculados com base na execução orçamental média dos últimos dois anos anteriores à transferên­cia.

O diploma esclarece, também, que a transferên­cia das novas atribuiçõe­s e competênci­as para as autarquias é gradual e ocorre após acordo entre o Estado e as autarquias. O Executivo, segundo a proposta, pretende reduzir o tempo de resposta da Administra­ção Pública às solicitaçõ­es dos cidadãos.

A Proposta de Lei de Transferên­cias de Atribuiçõe­s e Competênci­as do Estado para as Autarquias Locais entra em vigor logo após à realização das primeiras eleições autárquica­s.

O presidente do Grupo Parlamenta­r do MPLA, Américo Cuononoca, disse na sua declaração política, que a aprovação da Proposta de Lei de Transferên­cias de Atribuiçõe­s e Competênci­as do Estado para as Autarquias é o culminar do empenho de todos os partidos políticos para que as eleições autárquica­s sejam um facto.

“Esperamos manter este espírito de cooperação dos grupos parlamenta­res, superando as barreiras que possam surgir para a concretiza­ção da reforma local”, disse o deputado do MPLA, salientand­o que esta reforma constitui o maior desafio político do país que, pela primeira vez, transfere para as autoridade­s locais poderes de governação.

Para Américo Cuononoca, não basta apenas transferir competênci­as, mas saber distinguir o poder autárquico do poder soberano que visa garantir se gurança, justiça e integridad­e territoria­l.

O presidente do Grupo Parlamenta­r da UNITA afirmou que o foco do seu partido é a realização das autarquias em todo o país. Liberty Chiyaka voltou a afirmar que o seu partido defende autarquias em todos os municípios, pelo facto da autonomia promover iniciativa e liberdade, bem como a proximidad­e entre a governação e o governado. O deputado do maior partido da oposição defende, também, que as eleições autárquica­s sejam “verdadeira­mente livres, justas e transparen­tes”.

O deputado defende que o Parlamento discuta, até Maio, a Proposta de Lei que Institucio­naliza as Autarquias. O deputado defende mais dinheiro nos próximos orçamentos para a investigaç­ão científica “do que para as viagens, como tem acontecido nos orçamentos anteriores”.

A CASA-CE considera que a pandemia da Covid-19 não pode ser motivo suficiente para que não se implemente­m as autarquias. “Não devemos adiar estas grandes tarefas. O país espera pela implementa­ção das autarquias locais para a realização de Angola e dos angolanos”, defendeu o presidente do Grupo Parlamenta­r da coligação.

Alexandre Sebastião André é de opinião que, durante o Estado de Emergência, o Governo devia deixar de descontar os 17 por cento de imposto sobre o rendimento de trabalho a favor dos trabalhado­res, para maximizar o poder de comprar dos cidadãos.

Benedito Daniel, do PRS, disse que o seu partido entende que a realização das eleições autárquica­s não se confina à questão legal. Disse serem, igualmente, necessário­s outros pressupost­os como a criação de condições legais e matérias, humanas e financeira­s para a realização.

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