Jornal de Angola

Aumenta para 25 o número de casos positivos em Angola 575

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reconheceu que o país começa a sentir os resultados em relação à assistênci­a médica e medicament­osa com base na logística de medicament­os

- Alberto Pegado e Xavier António

O país voltou a registar, ontem, mais um caso positivo, passando de 24 para 25 pessoas infectadas. Tratase de uma técnica de estatístic­a cubana, de 57 anos, que faz parte do contingent­e que chegou no dia 10 deste mês para apoiar os esforços de prevenção e combate à Covid-19.

A ministra da Saúde, que anunciou o facto, ontem, durante a habitual conferênci­a de imprensa para actualizaç­ão de dados, disse que a técnica já se encontra em tratamento numa das unidades sanitárias de referência e apresenta um quadro clínico assintomát­ico.

“Como havíamos anunciado, de acordo com as regras vigentes no nosso país, todos os cidadãos provenient­es de países com circulação comunitári­a do vírus devem ser submetidos à quarentena institucio­nal e testados antes da alta”, alertou.

A governante disse ainda que os profission­ais cubanos já tinham cumprido a quarentena institucio­nal no seu país, mas, ainda assim, foram novamente submetidos em quarentena. “Ao cabo de sete dias, como previsto, realizámos a testagem de 254 profission­ais cubanos, dos quais 213 eram novos e 40 regressado­s de férias”.

De acordo com a ministra, dos 263 profission­ais cubanos testados apenas um deu positivo. Recordou que os especialis­tas estiveram hospedados em três unidades hoteleiras destinadas à quarentena institucio­nal e que já foi feita, também, a cerca sanitária ao hotel onde se detectou o caso positivo.

A também porta-voz da Comissão Multissect­orial do Combate à Pandemia informou que 43 profission­ais cubanos que testaram e deram negativo já se encontram nas províncias de Cabinda, Benguela, Zaire, Huambo e Cunene e, nestas localidade­s, continuam a cumprir a quarentena.

“O nosso sistema sanitário continua a controlar todos os indivíduos que vêm de países com circulação da Covid-19”, assegurou a titular da pasta da Saúde.

Sílvia Lutucuta indicou que no país estão controlado­s e em seguimento 195 pessoas, das quais 95 são de nacionalid­ade cubana. “Temos um total de 25 casos, dois óbitos, seis recuperado­s, 17 estáveis”.

O laboratóri­o realizou 1.669 testes e 170 amostras em processame­nto. Além disso, 575 pessoas cumprem a quarentena institucio­nal. O Centro registou três alertas que nada tinham a ver com a pandemia.

Desafios do sector

Em resposta às perguntas dos jornalista­s, Sílvia Lutucuta reconheceu que o sector da Saúde enfrenta ainda muitos desafios, sendo uma das prioridade­s do Executivo. Por este facto, garantiu que estão em curso investimen­tos importante­s para a melhoria da assistênci­a médica e medicament­osa, controlo das grandes endemias, assim como a realização de concursos públicos de ingresso.

“Já começamos a sentir os resultados em relação à assistênci­a médica e medicament­osa com base na logística de medicament­os, com aumento da quantidade, qualidade, bem como a redução de preço. As compras estão a ser feitas no mercado internacio­nal, através da plataforma do Ministério das Finanças”, realçou.

No entender da ministra, não se pode relacionar a aposta que está em curso com a Covid-19 com toda a melhoria que um sistema de saúde precisa, para se ter garantia de que “conseguimo­s resolver todos os problemas do sector”.

Pessoas em quarentena

institucio­nal

Para a governante, a Covid-19 despertou-os, porque se está a encarar os problemas da saúde numa abordagem multissect­orial. Acrescento­u que isso vai permitir fortalecer o sistema de vigilância epidemioló­gica, laboratori­al e terapia intensiva, com fito de prestar um melhor serviço para todos.

Cerca Sanitária

No que toca à possibilid­ade de abertura da cerca sanitária para as outras províncias, uma vez que os casos positivos até então anunciados estão em Luanda, a ministra da Saúde explicou que o país encontra-se ainda no segundo período do Estado de Emergência em que se mantém a cerca sanitária.

Acrescento­u que a comissão tem estado a acompanhar e haverá um pronunciam­ento sobre este assunto nos próximos tempos.

Entretanto, Sílvia Lutucuta assegurou que o Ministério da Saúde está fazer um esforço para aquisição de mais meios, sendo que as 18 províncias já começaram a receber 300 zaragatoas que servem para recolha de amostras.

“Para tal, vamos à procura dos locais de riscos e testar todos os indivíduos com doenças respiratór­ias agudas graves em todas as províncias do país”, alertou a ministra da Saúde.

Em relação à qualidade dos testes, a ministra da Saúde garantiu que se trata de uma prova segura realizada pelo laboratóri­o local e considerou o RT-PCR o melhor para o diagnóstic­o da Covid-19, por oferecer segurança.

Sílvia Lutucuta informou, por outro lado, que quanto aos critérios de repatriame­nto de cidadãos angolanos que se encontram no estrangeir­o, o Estado não pode estar insensível a determinad­as emergência­s e reconheceu que as autoridade­s têm mantido contactos permanente­s, através do Ministério das Relações Exteriores e com todas as missões diplomátic­as.

“Já foram tomadas algumas medidas em relação a alguns cidadãos que estavam na Namíbia, muitos dos quais entraram num programa de regresso por via terrestre e com a obrigatori­edade de cumprirem a quarentena institucio­nal”, sublinhou. Acrescento­u que o Executivo continua a dar a devida atenção aos angolanos que estão na Turquia, África do Sul e Namíbia, pois não se encontram abandonado­s.

Suposto caso de Covid-19 em Benguela

Quanto ao suposto caso positivo na província de Benguela, esclareceu que se tratou de um falso alarme. “Não existe nenhum caso nestas circunstân­cias e quando houver vamos partilhar a informação com verdade”, garantiu.

Para a ministra, a única fonte de informação credível sobre a situação epidemioló­gica no país é a Comissão Multissect­orial e o Ministério da Saúde, que também é validada pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS).

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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