Pode haver até 1,7 milhões de vírus em animais
Uma equipa de epidemiologistas,
incluindo Daszak e George Gao, director do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, e Dennis Carroll, ex-director da unidade de gripes pandémicas e ameaças emergentes da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, usaram modelos matemáticos para calcularem que pode haver até 1,7 milhões de vírus desconhecidos em animais. O mesmo modelo calculou que mais de meio milhão poderia ter o potencial de causar doenças humanas.
Daszak começou recentemente a angariação de fundos para um projecto de mil milhões de dólares, para encontrar e catalogar esses vírus. O objectivo é aproveitar o trabalho realizado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, para criar um banco de dados genéticos para apetrechar melhor uma resposta da saúde pública a esses agentes patogénicos.
Mas essa é apenas uma das estratégias de como a humanidadesepodeprepararmelhor para combater esse exército viral que está nos bastidores.
Os especialistas dizem que são necessários mais investimentos nos serviços públicos de saúde e no desenvolvimento de meios aperfeiçoados para monitorizar febres inexplicáveis e pneumonia nas populações. Isso pode incluir o uso de grandes dados para reunir registos médicos, dados de telemóveis e padrões de voo para prever como os surtos se espalharão de forma a interceptá-los.
Depois, há a repressão da China ao comércio de animais depois de o novo coronavírus, Sars-CoV-2, ter sido vinculado a um mercado que vende animais selvagens como alimento na cidade de Wuhan. O multibilionário comércio global de animais selvagens também cria condições para surtos de doenças. Outro desenvolvimento é a iniciativa One Health, que reúne médicos e veterinários no reconhecimento das ligações entre seres humanos, animais e o meio ambiente em epidemias. A iniciativa inclui agora centenas de profissionais, depois de ter ganhado força em meados dos anos 2000, durante a epidemia da gripe das aves.