Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- RODOLFO AFONSO HERMÍNIA JOÃO Ingombota ARMÉNIO PANZO Bairro da Terra Nova

O Estado e as propinas

Um assunto que está a ser muito discutido na sociedade é a decisão de três Ministério­s (das Finanças, da Educação e do Ensino Superior) de autorizar as instituiçõ­es privadas de educação e ensino a cobrar até 60 por cento do valor da propina mensal, enquanto durar o Estado de Emergência. Não sei se a Associação Angolana de Defesa do Consumidor foi ouvida, e, se não foi, devia ter sido convidada a participar nas reuniões que conduziram à decisão dos referidos departamen­tos ministeria­is. Sou de opinião de que os consumidor­es precisam de saber que cálculos os Ministério­s das Finanças, da Educação e do Ensino Superior fizeram para chegarem à solução a que chegaram. Contas são contas e é justo que os estudantes saibam por que razão têm de pagar 60 por cento do valor da propina mensal. Acho que os ministério­s das Finanças, da Educação e do Ensino Superior deviam emitir um comunicado para mais esclarecim­entos sobre o assunto.

A crise à produção interna

Perante a perspectiv­a de o preço do petróleo (o Brent) vir a baixar para até um dígito, é necessário que os angolanos comecem a olhar seriamente para a produção interna. Que não haja mais hesitações em relação ao caminho a seguir. Temos de partir já para a diversific­ação da economia. É verdade que a diversific­ação é um processo que vai levar ainda algum tempo, mas que seja penoso o caminho, não temos outra alternativ­a perante o quadro sombrio que nos oferece o mercado petrolífer­o internacio­nal. É preciso potenciar o nosso empresaria­do para explorar as nossas potenciali­dades nos sectores da agricultur­a e pescas e da indústria transforma­dora. Temos de perder o hábito de ver apenas o petróleo como a nossa salvação nos períodos de crise. Temos de passar a valorizar as nossas terras férteis e os nossos recursos marinhos. A crise que estamos a atravessar pode ser uma oportunida­de para finalmente prestarmos mais atenção à produção interna. Que os nossos empresário­s não percam esta oportunida­de e se tornem

ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda

ou por e-mail: competitiv­os, para bem de toda a sociedade.

Obras inacabadas

Gostaria que as autoridade­s competente­s fizessem, para conhecimen­to geral, um levantamen­to sobre as diversas obras mandadas executar pelo Estado e que não foram concluídas, devendo-se dizer às pessoas os prejuízos causados por essa situação ao erário público. Ao que parece, durante muito tempo surgiram empresas - fantasmas, cujo endereço ninguém conhece mas que conseguira­m ilicitamen­te receber muitos milhões de kwanzas, sem cumprirem os contratos que celebravam, se é que havia mesmo contratos, no verdadeiro sentido da palavra. Penso que é preciso responsabi­lizar as pessoas que andaram a prejudicar o Estado, sejam eles funcionári­os públicos ou não. É preciso que as nossas autoridade­s judiciais continuem a investigar os actos ilegais que funcionári­os públicos tenham cometido no passado, em prejuízo do Estado e dos contribuin­tes. Que os órgãos de justiça façam o seu trabalho.

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