Jornal de Angola

Ravina ameaça cortar circulação nas imediações do Estádio 11 de Novembro

- Adalberto Ceita

A chuva que caiu sábado, 18 de Abril, sobre a província de Luanda, durante seis horas, agravou as condições de circulação automóvel e de peões na zona Norte do Estádio 11 de Novembro, no troço que dá acesso ao bairro Rei Mandume, no Distrito da Cidade Universitá­ria, município de Talatona.

Em Janeiro, a circulação automóvel naquele troço havia sido interdita devido ao surgimento no asfalto de uma ravina, com mais de sete metros de compriment­o, três de largura e dois de profundida­de. No sábado passado, além do agravament­o da circulação automóvel e de peões, à semelhança do que aconteceu em Janeiro, a ravina aumentou e parte do muro de vedação do Estádio 11 de Novembro voltou a desabar, tal como outras duas infraestru­turas erguidas nas imediações do referido campo de futebol.

Com a estrada interdita há três meses, a ravina ameaça atingir os muros de vários empreendim­entos e moradias ao longo do troço da rua que desemboca no bairro Rei Mandume. Aflitos com a situação, enquanto a solução definitiva tarda, as prováveis vítimas clamam por ajuda das autoridade­s. É o caso de Consolação Alfredo, que todos os dias teme pelo pior. Explica que as obras que decorriam para travar a progressão da ravina, foram paralisada­s por força da declaração do Estado de Emergência. Já lá se vão duas semanas e os moradores mostram-se apreensivo­s devido aos estragos que a ravina provoca sempre que a chuva cai com mais intensidad­e.

Nos últimos dias, Consolação Alfredo reza para não voltar a cair “uma chuvarada” como do dia 18. Directa e segura de si, explicou que o problema agrava-se com as águas pluviais do condomínio Vereda das Flores. “As autoridade­s municipais têm conhecimen­to da situação e já vieram constatar o estrago que a ravina está a causar. Agora, resta-nos aguardar pela resolução”, disse.

Revelou, ainda, que a solução reside na construção de uma vala de drenagem para escoar a quantidade de água que atravessa o bairro Rei Mandume em direcção ao 11 de Novembro. Encravado entre o estádio e a Via Expresso, a localidade, dizem os moradores, sempre que chove sofre com a invasão das águas.

“Apesar da necessidad­e de equipament­os sociais, o que nos preocupa é a água da chuva e agora esta ravina que pode destruir as nossas casas”, disse Adolfo Jeremias, que fixou morada no bairro há sete anos, ao mesmo que aponta em direcção a um buraco com mais de 30 metros de compriment­o, que se formou depois da chuva de sábado.

Há dois anos, recordou no intuito de averiguar as queixas dos moradores, o bairro recebeu a visita da anterior administra­dora do município, acompanhad­a do então administra­dor do Distrito Urbano da Cidade Universitá­ria, respectiva­mente, N’jila de Carvalho e Antunes Huambo. Durante a visita, os moradores contaram histórias de angústia e resumiram a frustração. Contudo, decorrido este tempo, lamentou, pouco ou nada mudou.

Um problema transversa­l

O director do Estádio 11 de Novembro, Luís Cazengue, considera ser um problema transversa­l a ravina que interditou a circulação automóvel na zona norte da infra-estrutura desportiva e continua a “engolir” o seu muro de vedação. Em declaraçõe­s recentes à imprensa, Luís Cazengue referiu tratar-se de uma questão por resolver, que poderá envolver várias instituiçõ­es, entre as quais a administra­ção local do Estado, o Instituto de Estradas de Angola, Ministério das Obras Públicas e Ordenament­o do Território, e do estádio. Admitiu que a ravina afecta o 11 de Novembro, o maior palco do futebol angolano, e a estrada terciária que dá acesso ao bairro Rei Mandume. Sendo assim, reiterou, que é um problema no qual vários departamen­tos ministeria­is devem estar engajados para travar a progressão da ravina.

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ADALBERTO CEITA| EDIÇÕES NOVEMBRO

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